VALE A PENA RELEMBRAR – MENINAS SUPERPODEROSAS DOS ANOS 80

MENINAS SUPERPODEROSAS DOS ANOS 80

Na década de 80, mais precisamente meados, três escolas de samba do grupo especial no RJ, tiveram como presidentes mulheres emblemáticas que conviveram entre a luta por espaço, o preconceito e a superação naquele ambiente que era quase que exclusivamente liderado por homens.

Therezinha Monte, Ruça e Beth Nunes nos mostraram que a máxima atual vale também para o carnaval. “Lugar de mulher é onde ela quiser”.

Elas levaram na linha dura agremiações que passavam por problemas naquela época. Aumentando ainda mais o desafio para as três.

A jornalista Therezinha Monte foi a primeira mulher a presidir uma escola de samba. Entre suas glórias tem a conquista do Primeiro Campeonato da nova Passarela do Samba – com o enredo “Beth Carvalho – A Enamorada do Brasil” em 1984.
Durante seu mandato, a escola homenageou outras celebridades como Roberto Carlos, Milton Nascimento, Xuxa, Maurício de Souza, Os Trapalhões(foto) e Adolpho Bloch. A “pequena grande notável” ficou a frente da escola por quase duas décadas. Na sua gestão a escola Do Engenho Novo teve o seu maior período entre as grandes.

LÍCIA, A “RUÇA” CAMPEÃ DE 1988

Lícia Maria Canindé, conhecida como Ruça, assumiu a Vila Isabel após o carnaval de 1987 e foi a primeira mulher presidente a ser campeã do carnaval carioca. Mas até aquele campeonato a batalha foi árdua. A Vila teve que entregar a quadra da ao Clube America que era dono do terreno e cedia o espaço para a escola.
Sem quadra para os ensaios que viria a ser a maior fonte de renda, Ruça levou a Vila para ensaiar na rua, no Boulevard 28 de setembro. Segundo relatos, neste período a comunidade levava mesas e cadeiras para ajudar.
O esforço valeu a pena, em 1988 a azul e branco fez aquele que é considerado um dos melhores desfiles da história, o aclamado “Kizomba a Festa da Raça”(foto). Levando Ruça ao panteão dos grandes gestores da agremiação.

ELIZABETH NUNES

Neste mesmo período, a bela Elizabeth Nunes assume um Salgueiro que vinha muito mal das pernas. Para salvar a escola ela consegue interferir em uma briga interna que ocorria na Vila Isabel e com seu encanto em 1986 trouxe o bicheiro Miro Garcia, que sai da azul e branca para virar padrinho do Salgueiro. Miro aceitou e dali foram desfiles memoráveis da academia, como 1988 “Em busca do Ouro” (foto) e 1989 este seu último ano como gestora onde trouxe o inesquecível “Templo Negro em tempo de Consciência Negra”.
Em poucos anos, a vermelha e branca seria campeã. Isso já sob a administração de Paulo Mangano, porém é notório que o trabalho de Beth Nunes refletiu no campeonato de 93.

Especificamente entre 88 e 89 foram os únicos anos que conscidiram das três disputarem o título no especial do carnaval do Rio.

?1988 Ruça 1°, Beth em 4° e Monte em 13°.
?1989 Ruça 4° lugar, Beth 4°( empate ) e Monte 14°.

Independe de resultados, foram figuras importantes na lista de mulheres líderes na consolidação da maior festa popular do Brasil ao lado de outras gestoras femininas que chegaram à presidência de uma agremiação.

Entre elas Carmelita Brasil (Unidos da Ponte), Pildes Pereira (Vila Isabel), Neide Domicinina Coimbra (Império Serrano), Eli Gonçalves, a Chininha (Mangueira), Regina Celi (Salgueiro), Dona Beta (Vila Isabel), Vera (Império Serrano), Solange Cruz (Mocidade Alegre), Angelina Basílio ( Rosas de Ouro) Luciana Silva(Tom Maior) Sheila Monarco (Pérola Negra) entre tantas outras que hoje também aparecem nos grupos de acesso e por todo carnaval do País.

Ainda são minoria mas o avanco muito é devido a demonstração por elas de que lugar de mulher também pode ser a frente de
Escola de Samba!

Fonte Agência Reuters

Por Waldir Tavares
Fotos Wingder Frota / Dep Cultural

 

 

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