05 de Maio – Seis anos sem Almir Guineto, um sambista completo! 

O cantor e compositor Almir Guineto, nos deixou em 05 de Maio de 2017, em decorrência de complicações provocadas por insuficiência renal crônica.

Almir de Souza Serra nasceu no Morro do Salgueiro, na Tijuca, na zona norte da cidade do Rio. Seu pai, Iraci de Souza, foi um dos fundadores dos Acadêmicos do Salgueiro e membro da ala de compositores da escola. Sua mãe, Nair de Souza (a ” Dona Fia” eternizada em uma de suas obras), era costureira e componente da ala das baianas. Para completar o DNA Salgueirense, seu irmão Mestre Louro, foi o mestre de bateria que mais tempo esteve à frente da Furiosa, como é conhecida a bateria do Salgueiro.

O segundo do lado esquerdo com as mãos entrelaçadas é o Almir Guineto – Reprodução

Almir Guineto surgiu para o grande público no final dos anos 60, quando se tornou cavaquinista do grupo “Os Originais do Samba“. O saudoso cantor e humorista Mussum, também fazia parte do grupo.

Os Originais do Samba“ acompanhavam artistas de sucesso da época, como Jair Rodrigues.

Na inicio da década de 1970, o artista se interessou pelo samba, se tornando mestre de bateria e frequentando o Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir passou usar o “Guineto” no nome. O codinome é uma derivação da palavra “magnata”, que evoluiu para “magneto” e, então, para Guineto. Já respeitado no meio dos sambistas, inovou o gênero musical ao introduzir o banjo adaptado. O instrumento híbrido, com um braço de cavaquinho, foi adotado nas rodas de samba.

Em parceria com os amigos Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e Ubirany, em 1980 faz parte da primeira formação do Grupo Fundo de Quintal. Deixou o grupo em 1981 pra seguir carreira solo. Neste ano participou do Festival MPB-Shell, na Rede Globo defendendo o samba “Mordomia“, de Ari do Cavaco e Gracinha.

Almir em momento de ator em filme de Paulo César Saraceni

Em 1988 Almir interpretou Paulo da Portela no filme “Natal da Portela“, de Paulo César Saraceni, que contava a história de Natalino José do Nascimento, grande patrocinador da escola de Oswaldo Cruz.

Parte da nata do samba reunida em foto dos anos 80 – Reprodução

Destacou-se como compositor, com gravações de suas obras, através de artistas como Beth Carvalho, Elba Ramalho, Nelson Gonçalves, Alcione e Jovelina Pérola Negra e muitos outros. Almir Guineto gravou 13 discos e fez várias participações em trabalhos de outros artistas como Chico Buarque, Beth Carvalho e Martinho da Vila. Em sua voz, ficaram famosas canções como “Caxambu”, “Lama nas Ruas” e “Insensato Destino”.

Da esquerda para a direita, os cantores Jorge Aragão, Valeska Popozuda, Beth Carvalho, Arlindo Cruz, e Almir Guineto durante gravação do programa ‘Esquenta’, de Regina Cazé, em janeiro de 2011 — Foto: Marcio Nunes/TV Globo/Arquivo

No decorrer de 2016, Almir Guineto iniciou uma luta contra problemas renais crônicos, o que o impossibilitava de assumir compromissos em apresentações. Internado no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o sambista não resistiu e morreu, aos 70 anos, na manhã do dia 05 de Maio de 2017.

Foto: Ale Cabral/Futura Press/Arquivo

Seu velório, acompanhado por vários amigos e estrelas do samba, ocorreu na Quadra do Salgueiro. A cerimonia contou com fundo musical com composições do artista e roda de samba comandada pela Velha Guarda do Salgueiro. Almir Guineto está sepultado no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Partiu deixando o legado de um dos mais completos artistas do samba.

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