RJ – Corpo de Bombeiros tem dez dias para analisar projeto contra incêndio e pânico do Sambódromo

A cinco meses do carnaval, as melhorias que deverão ser feitas na Marquês de Sapucaí para os desfiles das escolas de samba de 2020 ainda não foram definidas. Em uma audiência judicial realizada no Tribunal de Justiça na tarde desta quinta-feira, o juiz Marcelo Martins Evaristo da Silva determinou que o Corpo de Bombeiros se manifeste sobre o projeto contra incêndio e pânico desenvolvido para o Sambódromo pela empresa Gold Fire Instalações e Comércio, contratada pela Riotur, dentro de dez dias. A Riotur terá o mesmo prazo para apresentar o cronograma de melhorias na parte elétrica e o laudo da Riourbe sobre a parte estrutural da Passarela do Samba. Uma nova audiência será realizada no próximo dia 26.

O prazo foi definido em uma audiência judicial que contou com a presença de representantes do Corpo de Bombeiros, Riotur, Ministério Público do Rio de Janeiro, Liesa, da Procuradoria Geral do Município e da Procuradoria Geral do Estado do Rio de Janeiro. A ação faz parte do processo movido pelo MPRJ no início deste ano após reportagens mostrarem que o Sambódromo não apresentaria condições de infraestrutura adequada para a realização dos desfiles das escolas de samba, e foi a primeira audiência realizada nesse processo.

o dia 28 de fevereiro deste ano, um dia antes dos desfiles da Série A na Passarela do Samba, a Justiça determinou uma inspeção do Corpo de Bombeiros na Sapucaí , sob pena de interção do espaço, após o Ministério Público alertar para uma série de problemas estruturais que podem oferecer risco para sambistas e para o público : fiações expostas, falta de extintores e até de para-raios. Duas semanas antes, O GLOBO antecipou que a Marquês de Sapucaí não tinha autorização dos bombeiros para funcionar . No dia último dia 20, problemas estruturais foram flagrados pela equipe .

O segundo fim de semana de ensaios técnicos para o carnaval de 2019 na Marquês de Sapucaí não foi marcado apenas pela garra e a força de São Clemente, Mangueira e Portela. Um temporal alagou a pista de desfiles, provocou pânico em torcedores que levaram até choque, e também por desordem na arquibancada devido à falta de fiscalização. Durante a chuva forte, que começou durante a apresentação da São Clemente, trechos do Sambódromo ficaram alagados, como no Setor 1, onde componentes chegaram a escorregar e cair no chão. Além das dificuldades enfrentadas por quem desfilava, diante da dificuldade em escoar a água, os torcedores que assistiram aos treinos no setor 3 e tentaram se proteger na embaixo relataram momentos de pânico.

Além da forte chuva que caiu sobre a cidade, o público que foi ao ensaio técnico na Sapucaí, tomou susto ao se abrigar do temporal na parte de trás da arquibancada, no setor três. Algumas pessoas relataram que sentiram pequenos choques. A chuva fez com que as pessoas ficassem amontoadas na parte de trás da arquibancada. Em um certo momento, segundo relatos, elas começaram a sentir choques. Houve quem pensasse se tratar de tiros e houve um princípio de pânico e correria. Outras, diante do nervosismo, começaram a se sentir mal.

Por Waldir Tavares

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