A representação de Oxum no imaginário do carnaval das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo

No nosso país, ainda na época da escravatura, cada orixá foi associado a um santo da Igreja Católica, numa prática que ficou conhecida por sincretismo religioso.

Oxum é sincretizada como Nossa Senhora da Conceição, divindade que na maioria dos estados brasileiros, é festejada no dia 8 de dezembro.

Mancha Verde – Desfile de 2019 – Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/carnaval/2019/noticia/2019/03/02/desfile-da-mancha-verde-2019-veja-fotos.ghtml

Oxum é uma orixá, é a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras, cultuada no candomblé e também na umbanda, religiões de origem africana.

Oxum é a segunda esposa de Xangô e representa a sabedoria e o poder feminino. Além disso, é vista como deusa do ouro e do jogo de búzios. É a deusa do rio Oxum (ou Osun) que fica no continente africano, mais concretamente no Sudoeste da Nigéria.

O arquétipo de Oxum é de uma mulher graciosa e elegante, com predileção por joias, perfumes e roupas. A figura de Oxum carrega um espelho na mão.

Unidos do Peruche – Desfile de 2017 – Fonte: https://radiotoquesdeaxe.tumblr.com/post/157804646348/escola-unidos-do-peruche-com-lindo-carro

Sendo o carnaval brasileiro uma manifestação cultural majoritariamente negra, as divindades do panteão negro sempre foram muito presentes nos desfiles das escolas de samba, nas suas mais variadas representações.

Tomando-se por base os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, Oxum já passou pelas passarelas de desfile dessas duas capitais inúmeras vezes, sempre encaixada nos diversos temas de enredo apresentados pelas agremiações carnavalescas dessas cidades.

Mocidade Alegre – Desfile de 2020 – Fonte: https://carnavalinterativo.com.br/blog/2020/02/25/mocidade-alegre-trouxe-para-avenida-uma-celebracao-a-vida-e-a-natureza/

No carnaval carioca de 2015 a Império da Tijuca, desfilando pela série A,  apresentou o enredo “O Império nas Águas Doces de Oxum”, onde a orixá das águas doces e com notável beleza foi o próprio enredo da agremiação do morro da Formiga, que na época com esse desfile alcançou a sexta colocação, com um belo trabalho do carnavalesco Júnior Pernambucano.

Além de sua representação plástica, na forma de belas esculturas em alegorias e também fantasias, Oxum também aparece citada em vários sambas enredos que embalaram grandes desfiles que passaram pela Marquês de Sapucaí e pelo Anhembi, como é o caso do samba enredo de autoria dos compositores Dominguinhos do Estácio, Mocotó, Flavinho Machado e Heraldo Faria, que culminou no primeiro campeonato da Unidos do Viradouro no carnaval carioca de 1997.

Aqui não se pretende esgotar esse tema, mas somente mostrar algumas das vezes que Oxum foi representada dentro de diferentes desfiles em dois dos principais carnavais brasileiros.

Ora Yê iê, ô!

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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