Em 1933, o prefeito Pedro Ernesto criou através de decreto de lei a ala das baianas nas escolas de samba, em homenagem às “baianas do acarajé” que estavam sempre presentes nas ruas e casas de santo. Isto no início do século, onde o samba era considerado atividade criminosa. E foi na casa de uma delas que o samba foi criado. Baianas na época de Tia Ciata organizavam festas em seus quintais onde os primeiros sambistas se reuniram em pagodes. Porém na década de 1930, a ala das baianas era formada, quase exclusivamente, por homens que saiam nas laterais das escolas, portando navalhas presas as pernas para defenderem as agremiações em caso de brigas.
No grupo principal esta prática passou a ser proibida no Rio de Janeiro no incio dos anos 90, porém nos grupos de acesso ainda é comum. Na gestão de Roberto Paulino isso nos anos 60 que na Mangueira surge a Ala das Baianas com as características atuais. Eram 125 baianas coordenadas por D. Neuma. No desfile das campeãs em 1970, a mais famosa baiana da Mangueira Nair Pequena, morreu em plena avenida, quando a escola cantava o samba de enredo “Um Cântico a Natureza”. Personalidades como Jovelina Pérola Negra e Dona Ivone Lara eram figuras habituais no segmento baianas. Nos dias atuais mesmo não sendo quesito, a ala em si é uma das mais aguardadas e onde existe um capricho por parte dos carnavalescos na confecção das indumentárias. Salve as baianas, salve as mães do samba.
Por Waldir Tavares
Fotos: Wigder Frota