ALEXANDRE LOUZADA

Não tenho muita vaidade, mas talvez falte um reconhecimento da cidade para o artista. Sou de Niterói mas, depois de 33 carnavais aqui, me sinto mais carioca que niteroiense. Se eu tenho um mérito nesses anos todos, foi tentar entender as escolas em que trabalho. Meus carnavais são diferentes de um para o outro, eu tento entender a Mangueira, a Beija-Flor, a Portela, a Vila… Tenho humildade para não querer mudar a característica da escola. (entrevista dada na época por Alexandre Louzada para um site especializado em carnaval).

Atualmente ele faz dupla com o também carnavalesco Cid Carvalho na Beija Flor de Nilópolis, Alexandre de Mendonça Louzada, ou simplesmente Alexandre Louzada, nasceu na cidade de Niterói no ano de 1957, descendente de espanhóis e belgas. Já foi campeão nos dois maiores carnavais do Brasil, tendo no ano de 2011 sido o campeão tanto no Rio de Janeiro, quanto em São Paulo.

Louzada, que além de carnavalesco é figurinista e cenógrafo, tem seis títulos em quatro escolas diferentes no Rio, já que foi campeão pela Mangueira em 1998, com a Unidos de Vila Isabel em 2006, campeão com a Beija Flor nos carnavais de 2007, 2008 e 2011 e vitorioso com a Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval de 2017.

Louzada fica um título atrás de Rosa Magalhães no total, mas empata com ela no número de conquistas na “era Sambódromo”. Rosa ficou em primeiro lugar por seis vezes no sambódromo do Rio de Janeiro: cinco com Imperatriz e um com Vila Isabel. O primeiro campeonato de Rosa foi com o Império Serrano em 1982.

O carnaval de 1985 marca o primeiro carnaval de Louzada como carnavalesco em carreira solo na Portela, tendo permanecido na agremiação também no carnaval seguinte, tendo conquistado o quarto lugar nos dois carnavais.

Para 1987 transferiu-se para a União da Ilha, onde apresentou o enredo “Extra! Extra!”. No carnaval seguinte pela Unidos do Cabuçu homenageou em seu enredo Os Trapalhões.

No carnaval de 1989 Louzada esteve fora do grupo de elite do carnaval carioca, já que naquele ano fez a Acadêmicos do Cubango, na época no grupo 3.

De 1990 a 1992 Alexandre Louzada esteve a frente da Caprichosos de Pilares, onde conquistou como melhor posição um 10º lugar no carnaval de 1991 com o enredo “Terceiro Milênio, em busca do juízo afinal”. Além da Caprichosos, no grupo especial, nos carnavais de 1990 e 1992 fez a Unidos da Ponte, no grupo de acesso, tendo sido vice campeão em 92.

Nos carnavais de 1993 e 1994, no grupo especial das escolas de samba cariocas, fez a Acadêmicos do Grande Rio e a Estácio de Sá respectivamente.

O carnaval de 1995 marcou a estréia de Louzada na pista de desfiles da São Paulo, com a Camisa Verde e Branco, onde apresentou o enredo “Do palco ao asfalto – O resumo da ópera” conquistando um terceiro lugar. No Rio fez a Acadêmicos da Rocinha, na época no grupo de acesso.

Nos carnavais de 1996 e 1997, de volta ao grupo especial do carnaval do Rio, fez a Caprichosos de Pilares e a Acadêmicos do Grande Rio respectivamente.

“Chico Buarque da Mangueira”, no carnaval de 98, trouxe o campeonato para Louzada no comando da tradicional verde e rosa. No carnaval seguinte, ainda na Mangueira, o enredo “O século do samba”, de autoria de Louzada, deu o sétimo lugar à agremiação, com uma comissão de frente até hoje lembrada por muitos, com emoção e perplexidade. No carnaval de 99 Louzada também fez a Cubango, na época no grupo de acesso, tendo conquistado um oitavo lugar.

No carnaval de 2000, Louzada, ainda na Mangueira, apresentou o enredo “Dom Obá II – Rei dos esfarrapados, príncipe do povo”. Nesse mesmo ano ainda fez a inocentes de Belford Roxo no grupo de acesso.

2001, 2002 e 2003 marcaram trabalhos de sucesso de Louzada em seu retorno à Majestade do Samba, tendo nos carnavais de 2002 e 2003 alcançado a oitava colocação, com os enredos “Amazonas, esse desconhecido! (Delírios e verdades do Eldorado Verde)” e “Ontem, hoje, sempre Cinelândia – O samba entre em cena na Brodway brasileira” respectivamente. No carnaval de 2001, no grupo de acesso carioca, fez a Inocentes de Belford Roxo.

Os carnavais de 2004 e 2005 marcam trabalhos de Louzada na Unidos do Porto da Pedra da cidade de São Gonçalo, com a melhor colocação no carnaval de 2005, um sétimo lugar.

Nos carnavais de 2006 e 2007 Louzada foi campeão no Rio de Janeiro, primeiramente pela Vila Isabel com o enredo “Soy loco por ti, America: a Vila canta a latinidade” e em seguida pela Beija Flor de Nilópolis, com o enredo “Áfricas: do berço real à corte brasiliana”.

Ainda em 2007 Alexandre fez a Unidos do Cubango, no grupo de acesso, conquistando um sétimo lugar.

No carnaval de 2008, novamente Louzada foi campeão com a Beija Flor, desta vez com o tema de enredo “Macapaba: Equinócio solar, viagens fantásticas ao meio do mundo”.

Nos carnavais de 2009 e 2010 Louzada, na comissão da Beija Flor de Nilópolis, conquistando um vice campeonato e um terceiro lugar respectivamente.

Ainda no carnaval de 2009, Louzada trabalhou nos desfiles da Unidos do Herval, da cidade de Joaçaba, em Santa Catarina, e também atuou na São Clemente, na época no grupo A.

No carnaval de 2010 também atuou na União de Jacarepaguá, desfilante do grupo Rio de Janeiro 1, naquele ano.

Os desfiles de Louzada no carnaval de 2011 foram campeões tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo, pela Beija Flor de Nilópolis e pela Vai-Vai. Pela União de Jacarepaguá conquistou a sexta colocação pelo grupo B daquela oportunidade.

Os desfiles de 2012 e 2013 planejados por Louzada, no grupo especial do Rio, foram realizados na Mocidade Independente de Padre Miguel, tendo alcançado um nono lugar no primeiro ano, como melhor colocação nos dois carnavais.

Ainda em 2012 fez o desfile da Vai-Vai de São Paulo e o desfile da Viradouro, no grupo de acesso carioca.

“Adorei fazer a Vai-Vai, foi um prazer enorme e uma honra ter no meu currículo um título em São Paulo. Mas viver na ponte aérea é muito desgastante e me sinto melhor acompanhando de perto a execução dos meus projetos. (entrevista dada na época por Alexandre Louzada para um site especializado em carnaval)

 

Em 2013 mudou-se de escola em São Paulo e fez o desfile da Império de Casa Verde, com o tema de enredo “Pra todo mal a cura… quem canta seus males espanta!”.

2014 e 2015 marcam o retorno de Louzada a Portela, com os enredos “Rio, de mar a mar. Do Valongo à glória de São Sebastião” e “ImaginaRio, 450 janeiros de uma cidade surreal”, tendo ficado com a terceira colocação logo no primeiro ano na Majestade do Samba. Em 2014, em São Paulo, continuou na Império de Casa Verde, tendo apresentado o enredo “Sustentabilidade: Construindo um mundo novo”.

No carnaval de 2015 Louzada retorna ao ponto mais alto do pódio do carnaval paulista com a Vai-Vai, onde apresentou o enredo “Simplesmente Elis – A fábula de uma voz na transversal do tempo”.

Nos carnavais cariocas de 2016, 2017 e 2018, Louzada apresenta trabalhos seus novamente pela Mocidade Independente de Padre Miguel, tendo sido campeão no ano de 2017 com o enredo “As mil e uma noites de uma ‘Mocidade’ pra lá de Marrakech”.

No carnaval de 2016 estreou na Unidos de Vila Maria de São Paulo, quando apresentou o tema de enredo “ A Vila mais famosa é a mais bela, Ilha Bela da fantasia”.

Nos carnavais de 2017 e 2018 Louzada retornou à Vai-Vai, tendo alcançado o terceiro lugar com o enredo “No Xirê do Anhembi, a Oxum mais bonita surgiu… Menininha, mãe da Bahia – Ialorixá do Brasil” no primeiro ano.

No carnaval passado, Louzada em São Paulo fez a Unidos de Vila Maria, que com o enredo “Nas asas do grande pássaro o voo da Vila Maria ao império do sol” conquistou um quarto lugar.

Para 2020, no grupo especial do carnaval carioca, Alexandre retornou para a Beija Flor de Nilópolis, onde divide o posto de carnavalesco com Cid Carvalho e ambos vão levar para a avenida o tema de enredo “Se essa Rua fosse minha”, tendo a responsabilidade de encerrar os desfiles já na madrugada da terça-feira de carnaval.

Chegou a ser anunciada sua permanência na Unidos de Vila Maria para 2020, mas ainda no decorrer do ano de 2019, desligou-se da escola paulista, alegando incompatibilidades na condução do trabalho na escola.

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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