Estimativa é da Riotur, que prepara o modelo de concessão do espaço. Intervenções incluiriam bares e restaurantes numa área permanente de visitação
RIO – Privatizado, o Sambódromo precisará de obras de modernização de aproximadamente R$ 80 milhões. A estimativa é do presidente da Riotur, Marcelo Alves, que já trabalha no desenvolvimento de um modelo de concessão da Passarela à iniciativa privada. A ideia foi anunciada nesta quarta-feira, num almoço no Palácio Guanabara em que o prefeito Marcelo Crivella e o governador Wilson Witzel selaram a paz entre eles.
– Acredito que as mudanças vão tornar o espaço moderno não só para o carnaval, mas também para outros grande eventos e espetáculos – afirma Alves. – Ainda não tenho como precisar uma data. Mas pedi a minha equipe agilidade para lançarmos a privatização o quanto antes. Se possível, a tempo do carnaval 2020. Estou confiante – diz ele.
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Após 35 anos da sua inauguração, Alves afirma que, entre as obras necessárias no Sambódromo, estão adequações a exigências do Corpo de Bombeiros, intervenções hidráulicas, implantação de iluminação cênica e de outras tecnologias. Além dessa manutenção estrutural, o presidente da Riotur pretende incluir no escopo da concessão uma loja de produtos oficiais do Rio e uma área de visitação permanente para turistas, com bares e restaurantes. As reaberturas do Museu do Carnaval e de um colégio público na Passarela também estariam incluídas.
– Para virarmos a página da crise, a indústria do turismo é que apresenta resultado a mais curto prazo. O Sambódromo já é um dos pontos mais visitados do Rio. Mas tem um potencial muito grande ainda – diz Alves, lembrando que o espaço é tombado e que todo o processo deverá ter o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Duas propostas diferentes. Antes do almoço desta quarta-feira, Witzel insistia em estadualizar o Sambódromo, num dos pontos de debate entre Crivella e ele. Ao recuar e anunciar o plano de privatização, o governador chegou a dizer que haveria uma empresa interessada em assumir a estrutura.
Por enquanto, contudo, o grupo de empresas que já manifestou intuito de investir na festa estaria de olho em outro projeto: a operação comercial dos desfiles das escolas de samba.
Há cerca de quatro meses, os investidores, ligados ao mundo futebol, apresentaram a proposta à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). Como adiantou a coluna de Lauro Jardim, o grupo ficaria responsável, por exemplo, pela venda de ingressos, pela negociação dos direitos de TV dos desfiles e pela venda de camarotes, entre outras ações, sem interferência no conteúdo artístico do espetáculo.
A proposta prevê um pagamento mínimo de R$ 95 milhões por ano às agremiações. Tudo que for arrecadado acima desse valor seria dividido com as escolas. A venda valeria por 15 anos.
Fonte: O Globo