Nesta sexta-feira (30) se inicia a 56ª edição do Festival Folclórico de Parintins, um dos eventos mais aguardados do calendário cultural brasileiro. A abertura oficial ocorreu na noite anterior, com uma programação repleta de shows e apresentações.
No coração do Amazonas, o Festival é conhecido mundialmente pela disputa entre os dois icônicos bois-bumbás, o Garantido (Vermelho) e o Caprichoso (Azul). As cores vibrantes, as danças magníficas e as apresentações repletas de criatividade encantam os espectadores e trazem uma atmosfera única ao evento.
Atualmente, a cidade de Parintins recebe entre 16 e 20 navios na temporada de cruzeiros marítimos que aportam no município de outubro e maio. O evento terá continuidade nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho, e promete emocionar e encantar todos os espectadores que estiverem presentes através da música, dança e teatralidade. Pela primeira vez, desde 1996, o Boi-Bumbá Caprichoso fechará todas as noites da festa.
APRESENTAÇÃO DO BOI BUMBÁ GARANTIDO
Tema “Garantido Por Toda a Vida”
Primeira noite
Na primeira noite, o bumbá branco trabalhará o tema “A vida depende da vida”. Neste contexto, o bumbá reforçará o discurso de preservação ambiental e da importância dos povos indígenas. Tanto que nesta primeira noite será encenado o ritual Nominação Kayapó, que fala do nascimento de uma das maiores lideranças indígenas do mundo: o cacique Raoni Metuktire.
Segunda noite
A segunda noite tem o subtema “Eu sou porque nós somos”. A ideia, segundo o bumbá, é trabalhar a diversidade, tratando dos trabalhadores/as, LGBTQIAPN+, negros/as, mestiços/as, indígenas, mulheres, caboclos/as e ribeirinhos/as. Entre as representações da noite, estarão as Caboclas do Barro, que em diversos pontos da nossa Amazônia trabalham a cerâmica marajoara.
Terceira noite
Na ultima apresentação, o Garantido entra com o “Amor por toda vida”. O repertório da noite passa por toadas históricas do bumbá. A Lenda Amazônica resgata a encenação do Mapinguari, que fez história em 1997.
APRESENTAÇÃO DO BOI BUMBÁ CAPRICHOSO
Tema “O Brado do Povo Guerreiro”
Primeira noite
Na sexta-feira (30), o boi negro apresentará “Ancestralidade: A semente das nossas lutas”, na qual o boi mostrará as raízes ancestrais do povo azulado, as heranças passadas por gerações, o saber ancestral das gentes amazônicas. “Ypuré, a saga da ganância” será a lenda indígena da noite, seguido da figura típica regional “Cabocla Ribeirinha” e fecha a noite com o ritual “Yruré: A festa do guerreiro”. Além dos atos principais nessa noite terá o módulo alegórico “Tapiraiauara – A guardiã das Águas”.
Segunda noite
No sábado (1º), o Caprichoso abre a apresentação com o subtema “Resistência: a força da nossa existência”. O intuito e apresentar o boi como uma brincadeira popular que resistiu aos tempos e chega aos 110 anos, com a mesma força e vitalidade, acrescida de mais um compromisso: ladear, junto às gentes amazônicas, a luta por meio da cultura popular. “Veleiro Cabano do Uaicurapá” é a lenda indígena da segunda noite. Como figura típica regional o boi traz “Os Quilombolas da Amazônia”, seguido do “Ritual de Iniciação Masculina Munduruku Marupiara” que trará o pajé Erick Beltrão. Para essa noite está reservada o “Rito de Resistência Hutukara Yanomami”, uma homenagem ao líder Yanomami Davi Kopenawa.
Terceira noite
Para fechar o Festival de Parintins, no domingo (2), será executado o subtema “Revolução: a consagração pelo saber popular”, com o propósito de ecoar um “último brado” e reivindicar os saberes e fazeres das pessoas da Amazônia expressos nas inúmeras manifestações da cultura popular. A noite do Caprichoso iniciará com a lenda indígena, “Touro Encantado e a Estrela de Ouro”. Após esse ato está prepara um momento coreográfico “Pavú Maraúna”. A apresentação segue para o ritual “Maï Marakã, a música dos deuses”.