Escolas de Samba: seguindo protocolos sanitários e cronograma de preparação dos desfiles, agremiações do Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Manaus, Florianópolis, Santos, Uruguaiana, Guaratinguetá, São Luís, Belém e Corumbá seguem a todo vapor e prometem belíssimos espetáculos, mesmo sem investimento público.
Em ano eleitoral e por falta de planejamento, alegando receio de nova onda de contaminação por Covid-19, prefeitos de 58 cidades do Estado de São Paulo anunciaram o cancelamento dos investimentos públicos na realização do carnaval de rua em seus municípios.
Sem tradição carnavalesca, os eventos nessas cidades dependem exclusivamente de verbas das prefeituras para acontecerem, já que não despertam interesse de patrocinadores ou turistas e possuem relevância apenas local, com engajamento somente de moradores, contando com apresentações em coretos, oficinas, bailes, matinês e shows gratuitos nas ruas e praças.
Com administrações municipais já sucateadas por décadas de más gestões e agravado pela pandemia, os prefeitos não possuem know-how, estruturas ou recursos para realizarem licitações e contratarem bandas, estruturas de palco, som, iluminação, banheiros químicos, tendas, grades de contenção, fechamento de vias públicas, segurança, além de equipe de coordenação e apoio.
Mesmo sem Blocos de Rua, algumas cidades autorizaram a realização dos desfiles das escolas de samba, caso de duas das maiores cidades deste grupo de 58: Taubaté e Sorocaba, cidade mais populosa do sudoeste paulista que em 2020 investiu apenas 87 mil reais na realização do carnaval de rua na cidade, economizando 90% do que tinha sido aportado em 2019.
Na contramão da crise financeira dos Blocos de Rua, as escolas de samba das mais importantes cidades que realizam desfiles culturais, seguem a todo vapor na preparação do próximo carnaval. Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Manaus, Florianópolis, Santos e Belém possuem atualmente um evento profissional com várias fontes de recursos como ingressos, patrocínios de grandes empresas e verbas televisiva por direito de transmissão, além de eventos em quadra, venda de fantasias, camisetas e bonés, dependendo cada vez menos de recurso público.
Além da escassez de recursos, o carnaval brasileiro enfrenta uma crise de imagem, motivados por ataques em redes sociais num ambiente político cada vez mais hostil, pressionando prefeitos a não se exporem contra a opinião pública em ano eleitoral.
Com mais de 2 mil Escolas de Samba em atividade no país, a falta de campanhas e notícias informativas produz um errôneo conceito de que carnaval é apenas folia e não uma indústria que produz um espetáculo completo com dança, música, artes plásticas, escultura e inclusão social, e emprega milhares de pessoas em cerca de 150 cidades que realizam desfile de escola de samba, como: carnavalescos, bailarinos, artistas plásticos, escultores, ferreiros, marceneiros, decoradores, costureiras, músicos, cantores, ritmistas, seguranças e profissionais especializados como os diretores de harmonia, sendo a principal fonte de renda dessas famílias.
Com gestões profissionais e muito investimento privado através de patrocínios e compra de direitos comerciais, para garantirem a realização do próximo carnaval, as cidades com mais relevância na festa de Momo criaram um comitê para administrarem o evento, são elas: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e São Paulo, que espera atrair 15 milhões de pessoas nos 5 dias de festa. Já a capital baiana assegura que 90% da população estará totalmente vacinada até 25 de fevereiro de 2022. Estima-se que somente essas cinco cidades devem movimentar cerca de 10 bilhões de reais na semana do carnaval, o equivalente ao PIB anual do Acre ou Rondônia, gerando emprego e renda, estimulando assim a retomada da economia local.
A justificativa dos prefeitos para o cancelamento é o medo de uma próxima onda de contaminação por Covid-19, mas os dados reais da pandemia mostram outro momento do país. Com 60% da população totalmente imunizada contra a doença, o Brasil está acima da média global de imunização que é de 41%. Na última semana, o país ultrapassou o Estados Unidos em percentual de população totalmente vacinada. Ao todo, 312 milhões de doses foram aplicadas nos brasileiros, que somam 83,24% da população acima de 18 anos totalmente protegida com duas doses ou dose única. Além de ser o quarto país que mais aplica doses absolutas diariamente, o Brasil diminuiu de 6 para 5 meses o intervalo para doses de reforço e será o único no mundo a aplicar mais 2 doses extras da fabricante Janssen.
Apesar do aumento de casos da doença na Europa, por resistência de parte dos europeus em tomarem a vacina, no Brasil, não há um volume expressivo de pessoas que rejeitam a imunização. Mesmo os considerados “negacionistas” estão procurando as unidades de saúde para se vacinarem inclusive com doses de reforço.
Conheça as cidades paulistas que já cancelaram investimentos para o carnaval de rua em 2022 e o percentual de habitantes imunizados contra a Covid-19 (Dados oficiais do Governo do Estado de São Paulo):
1. Altinópolis
13.537 pessoas de 16.203 habitantes, ou 83,55% da população com esquema vacinal completo.
2. Barrinha
21.858 pessoas de 33.180 habitantes, ou 65,88% da população com esquema vacinal completo.
3. Borborema
12.359 pessoas de 16.164 habitantes, ou 76,46% da população com esquema vacinal completo.
4. Botucatu
128.766 pessoas de 148.130 habitantes, ou 86,93% da população com esquema vacinal completo.
5. Brodowski
18.623 pessoas de 25.277 habitantes, ou 73,68% da população com esquema vacinal completo.
6. Cabreúva
39.956 pessoas de 50.429 habitantes, ou 77,25% da população com esquema vacinal completo.
7. Caconde
14.090 pessoas de 19.009 habitantes, ou 74,12% da população com esquema vacinal completo.
8. Cajuru
17.927 pessoas de 26.393 habitantes, ou 67,92% da população com esquema vacinal completo.
9. Campo Limpo Paulista
56.856 pessoas de 85.541 habitantes, ou 66,47% da população com esquema vacinal completo.
10. Cássia dos Coqueiros
2.261 pessoas de 2.505 habitantes, ou 90,26% da população com esquema vacinal completo.
11. Cunha
17.071 pessoas de 21.459 habitantes, ou 79,55% da população com esquema vacinal completo.
12. Dobrada
6.168 pessoas de 9.010 habitantes, ou 68,46% da população com esquema vacinal completo.
13. Dumont
7.638 pessoas de 10.023 habitantes, ou 76,20% da população com esquema vacinal completo.
14. Franca
250.671 pessoas de 355.901 habitantes, ou 70,43% da população com esquema vacinal completo.
15. Guaíra
31.493 pessoas de 41.040 habitantes, ou 76,74% da população com esquema vacinal completo.
16. Guariba
29.875 pessoas de 40.487 habitantes, ou 73,79% da população com esquema vacinal completo.
17. Guatapará
6.065 pessoas de 7.709 habitantes, ou 78,67% da população com esquema vacinal completo.
18. Iacanga
9.144 pessoas de 11.858 habitantes, ou 77,11% da população com esquema vacinal completo.
19. Ibitinga
44.103 pessoas de 60.600 habitantes, ou 72,78% da população com esquema vacinal completo.
20. Itápolis
30.895 pessoas de 43.331 habitantes, ou 71,30% da população com esquema vacinal completo.
21. Itatiba
88.347 pessoas de 122.581 habitantes, ou 72,07% da população com esquema vacinal completo.
22. Itupeva
49.018 pessoas de 62.813 habitantes, ou 78,04% da população com esquema vacinal completo.
23. Jaboticabal
56.771 pessoas de 77.652 habitantes, ou 73,11% da população com esquema vacinal completo.
24. Jarinu
23.637 pessoas de 30.617 habitantes, ou 77,20% da população com esquema vacinal completo.
25. Jundiaí
329.558 pessoas de 423.006 habitantes, ou 77,91% da população com esquema vacinal completo.
26. Lins
56.010 pessoas de 78.503 habitantes, ou 71,35% da população com esquema vacinal completo.
27. Luís Antônio
9.684 pessoas de 15.292 habitantes, ou 63,33% da população com esquema vacinal completo.
28. Marília
170.643 pessoas de 240.590 habitantes, ou 70,93% da população com esquema vacinal completo.
29. Mogi das Cruzes
318.047 pessoas de 450.785 habitantes, ou 70,55% da população com esquema vacinal completo.
30. Monte Alto
38.597 pessoas de 50.772 habitantes, ou 76,02% da população com esquema vacinal completo.
31. Monteiro Lobato
3.248 pessoas de 4.696 habitantes, ou 69,17% da população com esquema vacinal completo.
32. Natividade da Serra
4.998 pessoas de 6.642 habitantes, ou 75,25% da população com esquema vacinal completo.
33. Nazaré Paulista
13.684 pessoas de 18.698 habitantes, ou 73,18% da população com esquema vacinal completo.
34. Paraibuna
13.570 pessoas de 18.263 habitantes, ou 74,30% da população com esquema vacinal completo.
35. Pitangueiras
25.694 pessoas de 40.080 habitantes, ou 64,11% da população com esquema vacinal completo.
36. Poá
78.309 pessoas de 118.349 habitantes, ou 66,17% da população com esquema vacinal completo.
37. Potirendaba
13.630 pessoas de 17.516 habitantes, ou 77,81% da população com esquema vacinal completo.
38. Pradópolis
13.823 pessoas de 21.873 habitantes, ou 63,20% da população com esquema vacinal completo.
39. Rifaina
3.272 pessoas de 3.640 habitantes, ou 89.89% da população com esquema vacinal completo.
40. Roseira
8.311 pessoas de 10.801 habitantes, ou 76,95% da população com esquema vacinal completo.
41. Salesópolis
13.665 pessoas de 17.252 habitantes, ou 79,21% da população com esquema vacinal completo.
42. Sales Oliveira
9.163 pessoas de 11.998 habitantes, ou 76,37% da população com esquema vacinal completo.
43. Santa Cruz da Esperança
1.716 pessoas de 2.153 habitantes, ou 79,70% da população com esquema vacinal completo.
44. Santa Ernestina
4.732 pessoas de 5.588 habitantes, ou 84,68% da população com esquema vacinal completo.
45. Santa Isabel
40.145 pessoas de 57.966 habitantes, ou 69,26% da população com esquema vacinal completo.
46. Santa Rosa de Viterbo
19.111 pessoas de 26.753 habitantes, ou 71,43% da população com esquema vacinal completo.
47. Santo Antônio da Alegria
5.878 pessoas de 6.977 habitantes, ou 84,25% da população com esquema vacinal completo.
48. Santo Antônio do Pinhal
5.551 pessoas de 6.827 habitantes, ou 81,31% da população com esquema vacinal completo.
49. São Bento do Sapucaí
9.732 pessoas de 10.893 habitantes, ou 89,34% da população com esquema vacinal completo.
50. São Joaquim da Barra
38.766 pessoas de 52.319 habitantes, ou 74,10% da população com esquema vacinal completo.
51. São Luiz do Paraitinga
9.304 pessoas de 10.690 habitantes, ou 87,03% da população com esquema vacinal completo.
52. São Simão
11.000 pessoas de 15.385 habitantes, ou 71,50% da população com esquema vacinal completo.
53. Sorocaba
494.678 pessoas de 687.357 habitantes, ou 71,97% da população com esquema vacinal completo.
54. Suzano
197.135 pessoas de 300.559 habitantes, ou 65,59% da população com esquema vacinal completo.
55. Taquaritinga
42.562 pessoas de 57.364 habitantes, ou 74,20% da população com esquema vacinal completo.
56. Taubaté
231.756 pessoas de 317.915 habitantes, ou 72,90% da população com esquema vacinal completo.
57. Ubatuba
64.946 pessoas de 91.824 habitantes, ou 70,73% da população com esquema vacinal completo.
58. Várzea Paulista
80.456 pessoas de 123.071 habitantes, ou 65,37% da população com esquema vacinal completo.