Cronicas de uma corte que agoniza – O Rei Momo

De origem mitológica e a com adaptações hispânicas, lá no século passado surge na cena cultural do Rio de Janeiro de 1910 através de encenações do palhaço Benjamim de Oliveira, o rei bonachão e chamado de Momo.

No Carnaval de 1913 o boneco era feito de papelão até que no ano seguinte o jornal “A noite” decide eleger aquele que seria o primeiro monarca de carne e osso para governar o carnaval. Seria o cronista Moraes Cardoso que ficou por 15 anos e se vestia baseado no figurino da ópera Rigolleto, de Verdi.

Em 1968 uma lei estadual oficializa a eleição anual e com isso vem Nelson Nobre que por sua vez vence por 7 vezes(1951/1957). Abrahão Reis que se destaca logo depois reinando e estabelecendo o recorde de 16 anos(1958/1971).
Edson Santana que vem logo depois e toma a coroa por 11 carnavais (1972/1982) e Reinaldo o ” Bola” (1987/1995) são lembrados pelas aparições na mídia da época.
Edson inclusive foi jurado de famosos programas de calouros na TV dos anos 80.

O papel do Rei da folia chega a ser tão relevante que o mesmo ganha cidadania honorária, que lhe dá o direito simbolicamente ou não de receber das mãos do prefeito a chave da cidade. Feito este que se deu até pouco tempo.

No final dos anos 90 e início dos anos 2000 vemos um deca reinado de Alex de Oliveira (1997/2003 e 2006/2008) que hoje é carnavalesco com trabalhos em escolas como Rocinha e Bangu. E não podemos esquecer os cinco títulos de Milton Júnior 6 vezes soberano.

Com o passar dos anos, a onda politicamente correta (?) afeta o trono. Passamos por monarquias esbeltas, de crise, polêmicas e ignorância do poder público.
Hoje nosso atual monarca e tricampeão Wilson Neto agoniza no seu reino pedindo resistência aos ataques do invasor vindo do fanático reino Universal, sem brilho e nenhuma serpentina.
Wilson espera até agora pela chave por direito e não cedida.
Deus salve o Rei, antes que o invasor “Marcelus” em nome do mesmo Deus lhe corte definitivamente a cabeça.
Salve as tradições Carnavalescas.

Por Waldir Tavares
Fotos: Jornal do Brasil / O Globo / Pasquim / Artigo Velhos carnavais

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