Jorge Luiz Souza Lima nasceu em Nilópolis, na Baixada Fluminense, em 29 de março de 1952. O ator, comediante e dançarino adotou o nome artístico em homenagem à atriz Monique Lafond.
Bailarino profissional, no inicio de sua carreira Lafond trabalhou com Mercedes Batista, a primeira bailarina negra do Theatro Municipal e se apresentou pela Europa e Estados Unidos com o grupo de Haroldo Costa. Fez parte do balé do Fantástico, participou dos humorísticos com Jô Soares, “Os Trapalhões” como o “Soldado Divino“, atuou em seis filmes e nas novelas “Sassaricando” e “Kananga do Japão”, nesta ultima interpretou o malandro Madame Satã.
No programa “A Praça é Nossa”, do SBT, Lafond começou a se destacar e fazer sucesso, graças a personagem Vera Verão. No quadro, a Drag Vera Verão reagia, de forma histérica, aos que a chamavam de “bicha”, através do o clássico bordão: “Êêêpa! Bicha não”. Com o tempo, Lafond acabou se sacramentando como um dos grandes nomes do humor no País. Trabalhou também no programa “Domingo Legal“, com suas entrevistas hilárias no Piscinão de Ramos.
Sempre à frente de seu tempo, o ator não fugia de polêmicas com relação a sua homossexualidade. No final dos anos 90, lançou a autobiografia “Vera Verão: Bofes & Babados“, onde ameaçou dizer nomes de um jogadores de futebol e famosos com quem já teria mantido relações. Fato ou boato, nenhum nome foi exposto.
Uma das paixões do artista, o carnaval também serviu de palco para grandes aparições de Jorge Lafond. Um de seus momentos marcantes foi em 1990, como destaque da Beija-Flor, que trazia o enredo “Todo Mundo Nasceu Nu“, quando, em cima de um vulcão, desfilou praticamente sem roupa alguma pela avenida.
Em seus últimos carnavais, desfilou pela Imperatriz Leopoldinense no Rio e a Unidos de São Lucas em São Paulo, quando a escola teve o enredo Humor, Humoral, Humorizado: Nóbrega e os Filhos do Riso, e Lafond desfilou na avenida como Rei de Bateria.
Em 2002 foi vítima de parada cardiorrespiratória e acabou internado, sofrendo complicações renais. No dia 11 de janeiro de 2003, um infarto fulminante e posterior falência de múltiplos órgãos pois fim a uma trajetória que se tornou um exemplo de representatividade e rompimento de barreiras.
O enterro do humorista chamou atenção pelas milhares de pessoas que foram ao cemitério do Irajá, no , no Rio de Janeiro. A Polícia Militar teve de pedir reforço para conter os ânimos dos fãs que exibiam faixas e cartazes em homenagem ao ator, além de aplausos. Em homenagem póstuma, no ano de sua morte, o G.R.E.S. Acadêmicos do Cubango criou o “Troféu Jorge Lafond” que homenageia os destaques do Carnaval Carioca.
“Um negro homossexual, pobre, que veio do subúrbio do Rio de Janeiro, da Vila da Penha, e que hoje, graças a Deus, conseguiu o estrelato. Consegui realizar todos os objetivos que tinha na vida”, assim se definia o artista.
Para marcar o 71⁰ aniversário de Lafond, a versão do doodle no buscador do Google desta terça-feira, (28) foi em homenagem ao humorista.