O experiente carnavalesco Alexandre Louzada, com uma trajetória marcada por títulos e inovações no Carnaval carioca e paulista, concedeu uma entrevista exclusiva, esclarecendo sua saída da Unidos de Padre Miguel (UPM) e revelando seus planos para o futuro, incluindo um retorno ao Carnaval de São Paulo.
Balanço da UPM e Despedida:
Ao ser questionado sobre o trabalho desenvolvido na UPM no último carnaval, Louzada expressou grande satisfação. “Tive imensa satisfação de desenvolver esse trabalho, os desafios foram muitos mas vencidos a cada etapa. Quero deixar bem claro que tenho e terei imenso carinho pela UPM e sua comunidade“, declarou o carnavalesco. Ele ressaltou a parceria respeitosa e de confiança com Lucas Milato no desenvolvimento do enredo, cuja ideia original partiu de Louzada. Apesar de considerar o resultado “muito bom”, mencionou imprevistos de última hora inerentes à grandiosidade da produção. Sua maior alegria, segundo ele, foi o contato com a comunidade de Padre Miguel.
Sobre sua saída da agremiação, Louzada detalhou uma indefinição que se estendeu por quase dois meses, mantendo seu nome atrelado à UPM por princípios éticos, o que o impediu de buscar outras oportunidades no “mercado” do carnaval. Houve, segundo ele, uma falha na comunicação por parte da escola, apesar de cobranças por um posicionamento que inicialmente parecia acordado. Após o desfile para a comunidade na Vila Vintém, a situação financeira da escola se tornou um obstáculo. A decisão de não mantê-lo no cargo, comunicada por uma ligação tardia da presidente, pegou Louzada em um momento delicado, com a maioria das escolas já tendo anunciado seus carnavalescos.
Planos para 2026 e Retorno a São Paulo:
Apesar da saída da UPM, Louzada revelou estar com planos concretos para o Carnaval de 2026. “Por outro lado, tive sim um interesse de uma Escola da Série Ouro mas eu estava em negociação com uma Agremiação de São Paulo e essa próxima semana apresentarei a sinopse e o desenvolvimento do enredo que foi solicitado pelo presidente como sendo a primeira etapa do projeto“, anunciou. O projeto para a escola paulistana inclui a entrega da pesquisa completa e a defesa de todos os itens do enredo, servindo como um “adiantamento para o manual do julgamento”.
Louzada expressou seu entusiasmo com o retorno ao Carnaval de São Paulo, onde já possui experiência. “Me sinto confortável pois já atuei no carnaval de São Paulo e também muito animado por esse retorno. O meu critério não é nada mais do que ter a oportunidade de realizar com dignidade meu trabalho, seja qual for a cidade porém dessa vez 100% presencial“, afirmou.
A Nova Geração de Carnavalescos:
Ao analisar o cenário atual e o surgimento de novos talentos, Louzada fez questão de aplaudir a nova geração, mencionando nomes com quem teve a honra de trabalhar. Ele destacou:
- Gabriel Haddad e Leonardo Bora (Vila Isabel): “Mais que experimentados, sempre farão belos trabalhos se tiverem o apoio necessário.”
- Tarcísio Zanon (Viradouro): “É impressionante o crescimento como artista, ele está construindo uma carreira brilhante!”
- João Vitor Araújo (Beija-Flor): “Um artista que já merecia o reconhecimento que agora conquistou, fiquei muito feliz com a vitória dele. Esses três tem meu coração envolvido!”
- Jorge Silveira (Salgueiro) “Tem um trabalho incrível e daqui pra frente esse talento terá mais oportunidades de se mostrar.”
- André Cezariano e Gabriel Gonzaga (Portela e Grande Rio): “Agora mostrarão seus trabalhos solo, desejo sucesso pra os dois.”
- Thiago Martins (Acadêmicos de Niterói): “Sou suspeito pois a antiga Sossego faz parte da minha história e raiz, ele é muito bom e merece brilhar!”
- Sidnei França (Mangueira): “Tem nas mãos uma Escola poderosa e que precisa de pouco para emocionar então é trabalhar ….”
- Leandro Vieira (Imperatriz Leopoldinense): “Já é consagrado, dispensa comentários.”
- Jack Vasconcelos (Tuiuti): “Também é bastante experiente e tem identidade com a escola.”
Louzada finalizou expressando seu desejo de sucesso a todos os profissionais, esperando que contribuam para novas páginas na história do Carnaval. Ele enfatizou a ausência de mágoa ou ressentimento em relação à UPM, vendo as parcerias como algo fluido no universo carnavalesco. “Parcerias acontecem e se desfazem, nada que um novo carnaval não cure! Que sejam todos felizes!”, concluiu o mestre.
