José Bispo Clementino dos Santos nasceu no bairro de São Cristóvão, zona norte do Rio, em 12 de Maio de 1913. Antes de se tornar o lendário cantor, trabalhou como engraxate e vendedor de jornal. Porém não demorou muito para ser descoberto no ofício que o tornaria famoso. Nos anos 30, foi descoberto pelo sambista Lauro Santos, responsável por levá-lo para a Mangueira.
Seu talento natural para o canto já ganhara visibilidade, em 1945, quando se tornou conhecido pelo programa Calouros em Desfile, da então Rádio Tupi RJ. Quatro anos depois, torna-se intérprete da Estação Primeira de Mangueira, assumindo o posto principal em 1952, quando substitui Xangô da Mangueira.
Consolidado como intérprete de samba, dividiu sua atenção entre o samba-canção, com atenção especial para as composições de Lupicínio Rodrigues, Dorival Caymmi e Ary Barroso.
Além de atuar na Mangueira, na década de 90 também participou da escola de samba Unidos do Peruche, de São Paulo. O eterno presidente de honra da Estação Primeira, morreu no dia 14 de junho de 2008, aos 95 anos. Diabético e hipertenso, Jamelão teve problemas pulmonares e, desde 2006, sofreu dois derrames. Ele morreu por falência múltipla dos órgãos.
No carnaval de 2022 foi um dos homenageados no desfile da Verde e Rosa. Celebrando suas raízes, o enredo “Angenor, José e Laurindo” exaltou a vida e obra de Cartola, Jamelão e Delegado. Na época, o carnavalesco Leandro Vieira explicou que estava fazendo uma reparação importante na história da escola, quando deixou de homenagear outros dois grandes nomes que passaram em branco em seus centenários: Cartola, seu fundador e Jamelão, que através de sua voz eternizou sambas antológicos que ganharam o mundo.