Luiz Pacheco Drummond, presidente da escola de samba Imperatriz Leopoldinense, renunciou ao cargo nesta terça-feira (23), alegando problemas de saúde.
Um dos nomes mais tradicionais do carnaval carioca, Luizinho está à frente da Imperatriz – como presidente ou patrono – desde 1976 e levou a escola a oito títulos.
Nesta terça, ele entregou uma carta à presidência do conselho da escola, segundo informou ao G1 Wagner Araújo, diretor de carnaval da Imperatriz. Novas eleições para a presidência devem ser convocadas em 15 dias.
A renúncia vem semanas após a confirmação do rebaixamento da escola para a Série A. Uma virada de mesa chegou a manter a Imperatriz na elite apesar do penúltimo lugar na apuração, mas a decisão foi revistamesmo com os esforços de Luizinho Drummond. O presidente foi voto vencido na Liesa – cena rara na história da folia de momo.
Luizinho Drummond era presidente da escola desde 2007. Antes, já havia ocupado o cargo por duas vezes (1976–1983 e 1986–1992). Mas, mesmo fora da presidência, continuava no comando da Imperatriz como patrono.
No carnaval da Sapucaí, seu protagonismo se deu principalmente nos anos 90, quando também foi presidente da Liga das Escolas de Samba (Liesa). De 1989 a 2001, a escola venceu por seis vezes o Grupo Especial – cinco deles com Rosa Magalhães como carnavalesca. O título de 2001, porém, foi o último da Imperatriz.
Um dos mais conhecidos bicheiros do Rio, Luizinho já foi preso, condenado, recorreu e hoje responde em liberdade por diversos crimes.
Virada e desvirada de mesa
O regulamento previa o rebaixamento das duas últimas escolas (Imperatriz e Império Serrano), mas representantes de oito agremiações executaram uma manobra para manter a Imperatriz no Grupo Especial durante uma plenária em junho.
Em 6 de julho, um oficial de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) entregou uma intimação à Liesa, que deveria pagar uma multa de R$ 750 mil pelo descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ao anular o rebaixamento da Imperatriz.
Depois de protestos e da manifestação do Ministério Público, foi convocada uma assembleia-geral na Liesa para resolver o impasse. Participaram 42 membros, entre agremiações e pessoas que fundaram ou são beneméritas da Liga. O resultado foi 28 votos a favor de respeitar o resultado do carnaval 2019.
A escola, chegou a entrar com um processo contra a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e o presidente Jorge Castanheira questionando seu papel a frente da liga. O pedido, entretanto, foi negado pela Justiça.
Fonte G1