“Mangueira tu és um cenário coberto de glórias” – 95 Anos de uma nação Verde e Rosa

A Estação Primeira de Mangueira está em festa! Esta sexta-feira, 28 de abril, marca 95 anos de fundação da Estação Primeira de Mangueira, segunda maior vencedora no rol das campeãs do carnaval do Rio de Janeiro e uma das mais tradicionais escolas de samba do Brasil. Potência no carnaval carioca, a verde e rosa foi fundada em 1928 por sambistas do morro de mesmo nome. Entre eles lendas Carlos Cachaça, Cartola e Zé Espinguela.

“Mangueira teu cenário é uma beleza que a natureza criou”

Como a maioria das escolas de samba cariocas, a Mangueira também surgiu das influencias as manifestações culturais e religiosas características de escravos alforriados e seus descendentes abrigados nos morros cariocas. O candomblé e a umbanda tinham muitos adeptos na comunidade e alguns casebres serviam de templos. Além de cerimônias religiosas neles também aconteciam outras comemorações. Os terreiros como o de Benedita de Oliveira, mais conhecida como Tia Fé, serviam ao sagrado e ao profano, ao som dos atabaques. 

Benedita de Oliveira, mais conhecida como Tia Fé

“O morro com seus barracões de zinco
quando amanhece que esplendor”

No inicio do século XX, cordões já despontavam no morro. Logo depois chegaram os ranchos com as novidades tais como alegorias, instrumentos de cordas e porta-estandarte. Unidos elementos dos cordões e dos ranchos sendo embrião do que seria a primeira escola de samba do Morro da Mangueira, nos anos 20 surgiram os blocos, o mais famoso deles o Bloco dos Arengueiros.

Uma das características destes blocos eram as arruaças e brigas por onde desfilavam. Para selar a paz, os participantes dos Arengueiros propuseram unir todos os blocos de Mangueira para desfilar na Praça Onze, surgindo assim o Bloco Estação Primeira (o local era a primeira estação de trem a partir da Central do Brasil). Já com as cores verde e rosa, uma sugestão de Cartola, em 1929 este bloco participou do primeiro concurso de samba na casa de Zé Espinguela junto com a Deixa Falar e a Portela. Nas décadas seguintes, a Mangueira já figurava entre as grandes escolas de samba da cidade do Rio de Janeiro.

“Todo mundo te conhece ao longe, pelo som de seus tamborins e rufar do seu tambor”

Inconfundível na avenida pelo mar verde e rosa de suas fantasias, a Mangueira também é reconhecida pela sua bateria, que mantém, desde a sua fundação, uma única marcação, com o surdo de primeira.

Entre seus vários inesquecíveis carnavais, a escola ficou marcada por ser a única que desfilou nos dois sentidos da avenida em um mesmo desfile. Aclamada Super-Campeã em 1984, ao chegar à Praça da Apoteose, retornou pela avenida carregando uma multidão de foliões.

“Mangueira teu passado de glória
está gravado na história

Primeira escola a criar uma ala de compositores, a verde e rosa possui uma invejável galeria de poetas. Nomes como Carlos Cachaça, Cartola, Nelson Sargento, Hélio Turco, Pelado, Tantinho, Jurandir, Ivo Meirelles, Jr. Fionda, Lequinho, entre outros, compõem uma verdadeira “Academia de Imortais do Samba-Enredo“.

Entre as personalidades, Dona Zica, Dona Neuma, Jamelão, Luizito, Alcione, Beth Carvalho, Delegado, Leci Brandão, Rosemary, Serginho do Pandeiro, Gigi da Mangueira, Tania Indio do Brasil e inúmeros outros nomes que brilharam, ou ainda brilham na avenida.

Prá mostrar a esta gente que o samba é lá em Mangueira

São 95 anos de glórias e histórias de uma das mais importantes instituições culturais do Brasil. Um celeiro de bambas que despontou e inspirou lindas obras decantadas em todo o mundo.

Neste 28 de abril, sua quadra, o Palácio do Samba, será palco de uma grande comemoração em homenagem a esta tradicional senhora e respeitada escola de samba carioca, quando a agremiação irá lançar oficialmente seu enredo e logo para o carnaval de 2024, que tem como homenageada a grande diva mangueirense Alcione.

A programação inicia às 6h com a tradicional Alvorada e a distribuição de chocolate e biscoitos para as crianças, além do hasteamento das bandeiras do Brasil e da Estação Primeira, ao som do Hino Nacional e do Hino da Mangueira, a entrada é franca. Na parte da noite, às 20h o lançamento oficial do enredo para o carnaval de 2024, com direito a show dela, claro, a voz que guiará os caminhos da Mangueira no próximo carnaval: Alcione

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