Max Lopes – o “Mago das Cores”

 

O carnavalesco Max Lopes, conhecido no meio do carnaval carioca como o “Mago das Cores”, principiou sua carreira no carnaval na década de 70, inicialmente como assistente do mestre Fernando Pamplona, naquele tempo trabalhando no Acadêmicos do Salgueiro

O primeiro desfile assinado por Max Lopes de fato como carnavalesco principal se deu no ano de 1976 na agremiação Unidos de Lucas, na época no grupo 1, tendo apresentado o enredo intitulado “Mar Baiano em Noite de Gala”, tendo alcançado a 12ª. Colocação, promovendo com isso o rebaixamento da escola.

Para o carnaval de 1977, Max transferiu-se para a Imperatriz Leopoldinense onde apresentou o enredo “Viagem fantástica às terras de Ibirapitanga”, tendo amargado de novo um rebaixamento pela péssima colocação. Mesmo assim Max permaneceu na “Rainha de Ramos” e para 1978 preparou o desfile com o enredo “Vamos brincar de ser criança”, tendo sido vice-campeão e promovido a escola de volta ao grupo principal das escolas cariocas da época.

Considerado como seu primeiro carnaval de fato de sucesso, no carnaval de 1982 foi o carnavalesco da União da Ilha do Governador, com o enredo “É Hoje!”. A partir daí é que iniciou a ser notório pelas formas utilizadas em seu trabalho e a forma como trabalhava as cores.

Nos anos de 1983 e 1984 trabalhou como carnavalesco da verde e rosa, Estação Primeira de Mangueira, conseguindo alcançar o primeiro lugar no carnaval de 1984, inclusive alcançando o supercampeonato, ocorrido no ano de inauguração do sambódromo carioca, com o enredo; “Yes, Nós Temos Braguinha”, seu primeiro campeonato.

Nos carnavais de 1985, 1986 e 1987 realizou carnavais na Unidos de Vila Isabel.

No carnaval de 1988 desdobrou-se entre o grupo especial com a União da Ilha e o grupo de acesso com a Cubango, originária da cidade de Niterói.

O carnaval de 1989 marcou o retorno de Max Lopes a Imperatriz Leopoldinense, com o inesquecível “Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós!”, carnaval este onde era comemorado o centenário da proclamação da república brasileira. Esse desfile rendeu a Max Lopes seu terceiro título, campeonato este muito discutido frente ao desfile apresentado pela Beija Flor de Nilópolis, naquele ano, “Ratos e Urubus, larguem minha fantasia” do gênio Joãosinho Trinta, cuja imagem do Cristo Mendigo, até hoje é apontada como a mais lembrada da história do carnaval da Marquês de Sapucaí.

No carnaval carioca de 1990, Max voltou a dividir-se entre o grupo principal e o grupo de acesso das escolas do Rio, realizando trabalhos na Imperatriz Leopoldinense e a Unidos do Viradouro, de Niterói, tendo levado a Viradouro ao campeonato e a consequente subida para o grupo especial no carnaval seguinte.

Para 1991 Max Lopes preparou para a Viradouro a homenagem à comediante Dercy Gonçalves, com o enredo “Bravo, Bravíssimo – Dercy, o Retrato de um Povo”, tendo Dercy desfilado com o peito à mostra numa das alegorias grandiosas apresentadas pela escola. A escola alcançou com esse desfile a sétima colocação, permanecendo no grupo das principais escolas de samba do carnaval carioca, o que com certeza credenciou Max Lopes a continuar na agremiação.

 

“ Bravo, bravíssimo!

Mil aplausos pra você Dercy

Ao retrato de um povo

A homenagem da Viradouro… “

 

O carnaval do ano de 1992 foi marcante em vários aspectos positivos e também negativos no desfile da Viradouro, já que é lembrado por um dos mais sinistros acidentes que já ocorreram na Marquês de Sapucaí, quando o gerador de uma das alegorias da escola pegou fogo durante o desfile, que trouxe o enredo; “…E a Magia da Sorte Chegou!”. Esse desfile foi assinado em conjunto com o carnavalesco Mauro Quintaes.

Mesmo com este desastre em 1992, a escola permaneceu no grupo especial para 1993, não tendo sido rebaixada, tal a qualidade do desfile apresentado.

Após esse carnaval de 92, Max Lopes passou por várias agremiações, tanto do grupo principal, como escolas de grupos inferiores, tendo somente voltado a ser campeão no grupo especial, no carnaval de 2002, com a Estação Primeira de Mangueira onde idealizou e concretizou o enredo “Brazil com ‘Z’ é pra Cabra da Peste, Brasil com ‘S’ é a Nação do Nordeste”.  Permaneceu na Mangueira até o carnaval de 2008, quando ficou apenas com a décima colocação naquele ano.

Max Lopes retornou a Imperatriz Leopoldinense para o carnaval de 2010, tendo permanecido na rainha de Ramos até 2012, sem conseguir boas colocações com os desfiles por ele idealizados.

Em 2013, Max Lopes muda de ares e pela primeira vez trabalha no carnaval de São Paulo pela Gaviões da Fiel, onde apresenta o enredo “Ser Fiel é a alma do negócio”, tendo alcançado a nona colocação. Neste mesmo ano fez a Unidos do Viradouro, naquela oportunidade na série A, tendo sido vice-campeão.

No carnaval de 2014, Max fez parte de uma comissão de carnaval instituída na São Clemente, escola da zona sul carioca e com o enredo “Favela” a escola amarelo e preta ficou apenas com o décimo primeiro lugar.

O último desfile idealizado por Max Lopes no grupo principal das escolas de samba do Rio de Janeiro foi no carnaval de 2015 pela Unidos de Vila Isabel com o enredo “O maestro brasileiro está na terra de Noel, a partitura é azul e branco, da nossa Vila Isabel”, tendo obtido somente a 11ª. colocação.

No ano de 2015, preparando o desfile do carnaval de 2016 pela Unidos do Viradouro, na época no grupo de acesso, Max Lopes teve um infarto. Para esse carnaval preparou o enredo sobre a história de um homem de mais de dois mil anos de idade, tema com o título de “O Alabê de Jerusalém: A Saga de Ogundana”.

 

O carnaval de 2018 marca o último carnaval idealizado por Max Lopes a passar pela Sapucaí, tendo a Acadêmicos de Santa Cruz desfilado com o enredo “O voo mágico da esperança, quem acredita, sempre alcança” no grupo A, tendo obtido apenas a 10ª. colocação.

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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