MOCIDADE INDEPENDENTE 1976 – MAE MENININHA DE GANTOIS

O ano era 1976, ano de quebra na hegemonia das 4 grandes escolas até então. Isso foi ocasionado pela Vitória da até então modesta Beija Flor de Nilópolis. Mas está história falaremos em outra ocasião. Hoje vamos relembrar curiosidades de outro desfile que arrancou um terceiro lugar (inédito) para a Mocidade Independente de Padre Miguel. Arlindo Rodrigues com sua genialidade trouxe Mãe Menininhas do Gantois com um belo samba puxado por Elza Soares e Ney Vianna.

Naquela manhã de segunda feira, a passarela transformou-se num grande terreiro, com o
Pais de santo legítimos, defumadores, ervas e orixás. Mãe menininha, a primeira personalidade viva a ser homenageada, nao pode desfilar pois foi proibida por seus cardiologistas. A mesma assistiu pela TV. Ao ser consultada sobre o enredo, concordou. Porém determinou que algumas observações fossem feitas. Uma delas era que os ritmistas raspassem as cabeças e jogassem os cabelos no mar. Arlindo, malandramente marcou um churrasco com cerveja na quadra e após a rapaziada beber bastante, a quadra foi trancads e barbeiros que estavam lá de forma estrategica fizeram o serviço.

Esta parte foi cumprida, mas esqueceram os cabelos na quadra e não se cumpriu o pedido na íntegra. Consciência ou não, o carro de xangô que teve problemas para sair do barracão, não entrava por nada na avenida. Mesmo empurrado por 40 componentes foi abandonado na concentração. E pasmem, Reza a lenda que ao voltar para buscar, a alegoria andava sozinha pela avenida sob os olhares incrédulos de todos os presentes. Outro pedido da ialorixá foi que levassem uma alegoria com cavalos e isso foi cumprido, já o caso da revoada de pombos, não aconteceu.

Lindamente na avenida, a Mocidade não ganhou, mas arrancou um terceiro lugar que viria a ser a sua melhor colocação até então e quase ficando em segundo lugar, que seria perdido no desempate para a Mangueira justamente na sua incrível bateria, pois um dos jurados ao se deparar com os Ogãs da bateria, tirou pontos alegando que faltava chapéu. A justiça foi feita com o estandarte de ouro para a bateria, além deste a escola levou o prêmio de melhor comunicação com o público.

Por Waldir Tavares de Oliveira Filho
Com colaboração de Marcelo Ardilla
Fotos: jornal do Brasil / Revista Manchete/ Acervo Dep. Cultural

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp