Relembrando Chacrinha: 30 de junho marca 35 anos sem o lendário apresentador

Nascido em Surubim, uma cidade do interior de Pernambuco, Abelardo Barbosa, conhecido por seu famoso apelido “Chacrinha“, começou sua jornada de vida em um ambiente simples e humilde. No entanto, seu destino o aguardava além das fronteiras nordestinas. Em um determinado momento, embarcou em um navio com destino à Europa, buscando novas perspectivas e horizontes. Foi durante essa viagem que uma reviravolta surpreendente aconteceu, direcionando Abelardo para uma nova direção: o Rio de Janeiro.

Após chegar ao Rio de Janeiro, então capital do país, Abelardo encontrou uma nova oportunidade para mostrar seu talento: um programa de rádio noturno realizado em uma chácara. Foi nesse ambiente descontraído e peculiar que ele ganhou um apelido que marcaria sua carreira para sempre: “Velho Guerreiro“. O sucesso alcançado no rádio logo chamou a atenção da televisão, que estava em ascensão no Brasil. Abelardo Barbosa, com sua habilidade de cativar audiências e sua presença magnética, foi convidado a levar seu talento para o novo meio de comunicação.

A transição do rádio para a TV foi um marco na carreira de Abelardo. Seus programas de auditório, os famosos “Discoteca do Chacrinha” e “Cassino do Chacrinha“, foram estrondosos sucessos. Com uma plateia animada, artistas de renome e performances musicais empolgantes, o programa conquistou a audiência e se tornou um fenômeno nacional.

Chacrinha na televisão não apenas levou entretenimento e diversão para milhões de lares brasileiros, mas também impulsionou a carreira de vários artistas que tiveram a oportunidade de se apresentar em seu programa. Ele se tornou um verdadeiro ícone da TV brasileira, sempre vestido com suas famosas roupas coloridas, jogando comida para sua plateia durante o programa e empunhando sua icônica buzina.

Além de seu talento inegável como comunicador, Chacrinha ficou conhecido também pela presença marcante de seus assistentes de palco, que inicialmente eram chamadas de “Vitaminas do Chacrinha” e posteriormente ganharam o nome de “Chacretes“. Essas belas e talentosas mulheres se tornaram uma das marcas registradas dos programas de Abelardo.

Cada uma delas recebia um nome único que acrescentava um toque especial à sua presença no programa. Entre as dançarinas famosas que passaram pelo programa de Chacrinha, podemos mencionar algumas dessas personalidades cativantes: Fernanda Terremoto, Regininha Pinto Pintinha, Vera Furacão, Sueli Pingo de Ouro, Cléo Toda Pura, Estrela Dalva, Gracinha Copacabana, Índia Potira, Sandrinha Pureza, Beth Boné, Ester-Bem-Me-Quer, Miriam Cassino, Leda Zepellin, Sarita Catatau, Fátima Boa Viagem, Cristina Azul e tantas outras dançarinas também ganharam destaque com seus nomes peculiares. Rita Cadillac se tornou uma das mais conhecidas e icônicas entre elas.

No entanto, a presença das Chacretes não foi livre de polêmicas. Em uma época em que a censura ainda era presente na televisão brasileira, a exposição das dançarinas e suas roupas consideradas provocativas geraram polêmicas. Houve momentos em que a produção do programa sentiu pressão e restrições por parte dos órgãos de censura.

Chacrinha recebeu uma honrosa homenagem da escola de samba carioca Império Serrano em 1987. O enredo escolhido foi “Com a boca no mundo – Quem não se comunica se trumbica“, uma referência a uma das famosas frases do apresentador. Foi uma ocasião especial, pois foi a única vez que Chacrinha se desenvolveu em uma escola de samba. No desfile, Chacrinha surgiu no último carro alegórico, que reproduzia o cenário de seu programa de TV. Ao seu redor, estavam as Chacretes, Russo, o fiel assistente de palco Russo e Elke Maravilha, uma das personalidades marcantes que passaram por seu programa.

No entanto, no final dos anos 80, a saúde de Chacrinha começou a debilitar-se. Nesse momento delicado, ele precisou ser substituído por outros apresentadores, como Paulo Silvino e João Kleber, que assumiram temporariamente o comando do programa. O último Cassino do Chacrinha foi ao ar no dia 2 de junho de 1988. Chacrinha faleceu naquele ano, em 30 de junho, aos 70 anos, vítima de câncer no pulmão.

Seu velório, acompanhado por cerca de 30 mil pessoas, foi realizado no salão da Câmara dos Vereadores da cidade do Rio de Janeiro. A notícia da partida do “Velho Guerreiro” comoveu o país, e milhares de fãs e admiradores compareceram para prestar suas últimas homenagens.

No carnaval de 2018, a  Grande Rio celebrou o centenário do comunicador com o enredo “Vai para o trono ou não vai?“. Com desenvolvimento artístico do casal Renato e Marcia Lage, infelizmente durante o desfile, a escola fazia uma correta apresentação, mas último carro da escola não entrou, e com atrasos e buracos na evolução, terminou em décimo segundo lugar. Após plenária realizada na LIESA decidiu-se pelo não rebaixamento.

Após 35 anos de sua partida, Chacrinha permanece vivo na memória e no coração dos brasileiros como o “Velho Guerreiro” que revolucionou a comunicação e o entretenimento no país. Sua irreverência, carisma e paixão pela arte do espetáculo uma marca indelével na história da televisão brasileira, e seu legado continua a brilhar, inspirando-nos a abraçar a alegria, a espontaneidade e a irreverência em tudo o que fazemos.

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