RJ – 19 de Janeiro – Dia Municipal do Passista

 

Tecnicamente a palavra passista é um substantivo masculino e também feminino, especialmente no nosso país que representa pessoa que faz o passo no carnaval, pessoa que dança o samba do partido-alto, entre outros significados.

Hoje, no Rio de Janeiro comemora-se o Dia Municipal do Passista, data consagrada através da Lei municipal nº 4462, que foi promulgada na data de 10 de janeiro de 2007, proposta pelo então vereador José Carlos Rego, jornalista por profissão preocupado em pesquisar e estudar a arte dos dançarinos e dançarinas do samba no pé.

Desde lá, o dia 19 de janeiro passou a ser oficialmente o Dia do Passista. O objetivo do vereador foi o de prestar uma homenagem ao grande passista da Portela Valci Santos de Lima, mais conhecido no mundo do samba como Valci Pelé, que por anos foi coordenador da ala de passistas da Portela, razão pela qual a lei ficou popularmente conhecida como “Lei Valci Pelé”.

A figura do passista de escola de samba, em muitas oportunidades sempre foi uma figura com pouco valor em muitas agremiações carnavalescas, já que sempre foi preciso lutar para conquistar seu espaço e seu valor.

Nos primórdios do carnaval o passista na maioria dos casos era um figura isolada, sozinha, que muitas vezes vinha espalhada dentro dos desfiles carnavalescos, sendo que lá pelos anos 70 começaram, a surgir as alas de passistas, modelo que vige até nossos dias.

A ala de passistas geralmente é formada por homens e mulheres, de variadas idades, originários das comunidades das agremiações carnavalescas, que exibem o tão falado samba-no-pé durante a apresentação. O grupo é formado, em média, por 20 dos melhores dançarinos da agremiação, podendo este número variar dependendo de cada escola de samba.

Essas alas em muitas oportunidades também foram usadas como tapa-buraco quando as baterias fazem a sua entrada no espaço dos recuos existentes nas maiores das passarelas onde acontecem desfiles de escolas de samba.

Passista sendo uma figura do carnaval originou-se de uma forma espontânea, já que os passistas bailam em função dos instrumentos da bateria.

A dança executada pelo passista é como que uma fusão do samba de roda, do samba miudinho e do maxixe, dança criada pelo próprio passista.

Devem os integrantes de uma ala de passistas sambar com desenvoltura nas quadras e desfiles e seu figurino precisa ser e funcional, mesmo que esteja adequada aos enredos de cada agremiação onde desfilam.

Geralmente cada agremiação carnavalesca possui seu diretor ou diretora da ala de passistas, figuras que notabilizaram-se no cenário do carnaval brasileiro, se podendo citar as figuras de Valci Pelé, Nilce Fran que tem seus nomes inscritos com louvor na história do carnaval brasileiro, especialmente por tudo o que fazem e fizeram por este segmento, muitas vezes pouco valorizado.

Devem os passistas encantar e seduzir a platéia, trazendo um clima de alegria e descontração ao desfile, enquanto empolgam os demais componentes, sempre incentivando a participação do público que acompanha o espetáculo ao vivo, devendo também incentivar o canto e empolgação dos demais componentes.

Para as mulheres, ocupar um posto de passista pode ser um degrau para tornarem-se musas e até mesmo rainhas de bateria, mas isso também pode muito bem nunca acontecer. Passistas inclusive já foram eleitas rainhas do carnaval de várias cidades brasileiras.

Integrando o grupo show de uma escola de samba, passistas podem conseguir o pagamento de um cachê.

Muitos integrantes de alas de passistas por sua desenvoltura e samba no pé, notabilizaram-se em suas agremiações, virando figuras de destaque nos desfiles das escolas de samba, como Cássio, Charlene e Sônia Capeta, na Beija Flor, por exemplo.

Ser passista é mostrar e transmitir toda a nossa alegria através da dança, independentemente de técnica ou postura.

A premiação do Estandarte de Ouro, promovido pelo jornal O Globo, todos os anos premia nas categorias de passista masculino e passista feminino os melhores do carnaval daquele ano, assim como outras premiações existentes.

Nas palavras de Valci Pelé, ser passista é sentir o calor humano e retribuir com espetáculo corporal. Ser passista é mostrar o melhor de si e poder mostrar o grande sorriso após o aplauso do público. Ser passista é mostrar o amor pelo pavilhão, mesmo que ele não seja do seu coração. Ser passista é amar o Carnaval, mostrando respeito e o seu valor. SAMBAR É UMA ARTE QUE POSSUI REGRAS E DNA.

Viva o 19 de janeiro…

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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