Ismael Silva é considerado um dos maiores sambistas de todos os tempos, começou a compor aos 15 anos e teve seu primeiro samba gravado em 1925.
Ismael integrou o célebre trio “Bambas do Estácio” ao lado de Nílton Bastos e Francisco Alves, marcando época com suas composições. Além disso, colaborou com Noel Rosa em diversas canções, eternizando parcerias memoráveis.
Em 1928, Ismael, junto com seus companheiros do Estácio, fundou a “Deixa Falar”, considerada a primeira escola de samba da história. Essa iniciativa revolucionou o Carnaval carioca, criando um modelo que seria seguido por diversas outras agremiações.
Segundo o próprio Ismael, a escolha do nome “escola de samba” foi proposital e carregada de significado. A inspiração veio da Escola Normal, instituição de ensino localizada no bairro, que formava professores. Ismael e seus companheiros viam a “Deixa Falar” como um local de aprendizado e aprimoramento do samba, um espaço para “ensinar” e “aprender” a arte do samba.
A obra de Ismael influenciou profundamente a música brasileira, inspirando artistas como Chico Buarque e muitos outros. Sua vida e legado foram retratados em livros e documentários, perpetuando sua memória e importância para a cultura nacional.
Em 1965, Ismael vivenciou um momento triste e humilhante. Sem condições de comprar um ingresso para o Carnaval, ele recorreu à imprensa para ter acesso aos desfiles, mas seu pedido foi ignorado. Esse episódio revela a face cruel da indústria cultural, que nem sempre reconhece o valor de seus próprios artistas. Em 1976, aos 70 anos, Ismael foi barrado por funcionários da Riotur ao tentar entrar em um camarote. Esse episódio demonstra o descaso e a falta de reconhecimento que o sambista sofreu em seus últimos anos de vida.
Ismael recusou os ingressos de arquibancada que lhe foram oferecidos para o carnaval do ano seguinte e nunca mais voltou ao Carnaval. Essa atitude demonstra sua profunda decepção com a indústria cultural e com o tratamento que recebeu.
Ismael Silva faleceu em 14 de março de 1978, deixando um legado inestimável para a história do samba e do Carnaval do Rio de Janeiro. Sua partida representou uma grande perda para a cultura brasileira.
