Depois de um carnaval catastrófico em 2019, que levou a escola a desfilar no grupo de acesso em 2020, a “certinha de Ramos”, como é conhecida a Imperatriz Leopoldinense, festeja nesse dia seis de março 61 anos de fundação, já que a data de 06/03/1959 marca sua história, como sua data de nascedouro.
Alguns componentes da escola de samba Recreio de Ramos juntamente com o farmacêutico Amaury Jório e sambistas da zona da Leopoldina foram os responsáveis pela fundação da agremiação naquele distante ano de 1959.
Sua escola madrinha é o Império Serrano, escola da qual vieram as cores da Imperatriz. Seu pavilhão carrega onde estrelas simbolizando os onze bairros que formam a zona da Leopoldina, merecendo destaque a estrela que representa Ramos, estando afastada das demais, ficando na parte superior da bandeira da escola.
A história da Imperatriz carrega um total de oito campeonatos no grupo especial, sendo que a escola foi vitoriosa no grupo de elite do carnaval carioca, pela última vez no carnaval de 2001.
O primeiro desfile da escola aconteceu no carnaval do Rio de 1960, ocasião em que apresentou um enredo alusivo à Academia Brasileira de Letras. Logo no carnaval de 1961 alcançou o seu primeiro campeonato, na época no grupo 3, com o enredo “Riquezas e Maravilhas do Brasil” do carnavalesco Amaury Jório.
No ano de 1967, o pioneirismo da agremiação ficou marcado pela criação de um departamento especial para elaborar seus desfiles, o Departamento Cultural e de Carnaval da Imperatriz Leopoldinense.
Foi no final de década de 1970 que aconteceu a chegada de Luiz Pacheco Drummond à agremiação, sendo ocupante do cargo de Presidente da escola desde o ano de 2007, tendo ocupado este mesmo posto no período de 1986 a 1992.
O carnavalesco Arlindo Rodrigues chegou à escola na década de oitenta, tendo dado à escola um bicampeonato nos carnavais de 1980 e 1981 com os enredos “O quê que a Bahia tem?” e “O Teu cabelo não Nega” respectivamente, na época no grupo 1A.
Voltou a ser campeã no carnaval de 1989 com o inesquecível “Liberdade, Liberdade, Abra as Asas Sobre Nós!” dessa vez sob a batuta do Mago das Cores, Max Lopes.
Luiza Brunet por muitos carnavais ocupou o posto de rainha de bateria da Imperatriz, sendo até hoje muito lembrada pelos amantes do carnaval por sua beleza e altivez à frente dos ritmistas da escola de Ramos.
Outras grandes personalidades que todo o ano estão com a escola na passarela são Chiquinho e Maria Helena, mãe e filho, que até o carnaval de 2005 ocuparam o posto de primeiro casal de porta bandeira e mestre sala da escola, além do cantor e compositor Elymar Santos.
Outro profissional que se notabilizou na Imperatriz pelas comissões de frente que coreografou foi Fábio de Mello que esteve na escola de 1992 á 2007 e ainda no carnaval de 2015.
Já sob a égide da carnavalesca Rosa Magalhães foi bicampeã nos carnavais de 1994 e 1995 quando apresentou os enredos “Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e Tabajeres” e “Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube… lá no Ceará!”.
Também um tricampeonato a agremiação conquistou com o trabalho de Rosa Magalhães nos desfiles de 1999, 2000 e 2001 na época com os enredos “Brasil, mostra a sua cara em… Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae”, “Quem descobriu o Brasil, foi seu Cabral, no dia 22 de abril, dois meses depois do carnaval” e “Cana-caiana, cana roxa, cana fita, cana preta, amarela, Pernambuco… Quero vê descê o suco na pancada do ganzá” respectivamente.
Rosa Magalhães esteve à frente da imperatriz do carnaval de 1992 a 2009. A partir do carnaval de 2010 Max Lopes retorna à escola e idealiza os desfiles de 2010, 2011 e 2012, alcançando como melhor resultado um sexto lugar nos desfiles de 2011 com o enredo “Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde!”.
O péssimo resultado alcançado pela escola na folia de 2012, quando ficou apenas com um décimo lugar, a escola decide respirar novos ares e por essa razão chega a escola o carnavalesco Cahê Rodrigues para o carnaval de 2013, tendo permanecido na agremiação até o carnaval de 2018, tendo alcançado como melhor resultado um quarto lugar no desfile de 2013, quando dividiu o posto de carnavalesco com Mário Monteiro e Kaká Monteiro com o enredo “Pará – O Muiraquitã do Brasil – sob a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”.
Como já foi referido, no carnaval de 2019 a Imperatriz acabou sendo rebaixada para o grupo de acesso A da folia carioca, pela péssima colocação alcançada, um 13º lugar. Esse descenso da Imperatriz, no pós carnaval, quase deu numa virada de mesa, para que a escola permanecesse no grupo especial, mas por fim o rebaixamento foi confirmado, situação esta que ficou muito desconfortável para a Liesa.
Para o carnaval de 2020, desfilando no grupo de acesso, o desfile da Imperatriz foi concebido pelo carnavalesco do momento, Leandro Vieira que se desdobrou entre a Rainha de Ramos e a Estação Primeira de Mangueira. A Imperatriz, como já era esperado, fez um desfile aclamado pela crítica, recebendo vários prêmios pelo desfile apresentado, com o enredo “Só dá Lalá”, uma reedição do desfile da escola do carnaval de 1981.
Com referência ao prêmio do Estandarte de Ouro, concedido pelo Jornal O Globo, a Imperatriz Leopoldinense nos quesitos comissão de frente e ala de baianas já venceu em oito oportunidades. Nesse carnaval de 2020 recebeu o Estandarte de melhor escola do grupo de acesso carioca.
No ano de 2010 foi fundada a Torcida Nação Leopoldinense, torcida organizada da escola que se faz presente nos eventos da agremiação e naqueles onde a escola se apresenta.
Até aqui a escola não anunciou seu carnavalesco para 2021, já tendo Leandro Vieira despedido-se da agremiação, após ter feito um trabalho de destaque, que levou a escola de volta à elite do carnaval carioca.
Por Sidnei Louro Jorge Júnior