Fundada em 1988, o Acadêmicos do Grande Rio comemora, hoje, 34 anos de fundação. A atual campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro esperou três décadas para soltar seu grito de campeã no grupo de elite das escolas de samba.
Nos anos 50, o Municipio de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, já iniciava seus passos no cenário do carnaval, com algumas pequenas agremiações. Pioneira, a Cartolinhas de Caxias chegou desfilar entre as grandes escolas do Rio, até o ano de 1971, ano que decidiu se unir com outras três agremiações caxienses, a União do Centenário, Capricho do Centenário e Unidos da Vila São Luís. Desta fusão nasceu o Grêmio Recreativo Escola de Samba Grande Rio, que sem o “Acadêmicos” no nome, seria a agremiação ancestral da tricolor de hoje.
Coube a Milton Abreu do Nascimento, mais conhecido como Milton Perácio, a fundação do Acadêmicos do Grande Rio. Em 22 de Setembro de 1988, Perácio uniu a recém fundada, Acadêmicos de Duque de Caxias ao Grêmio Recreativo Escola de Samba Grande Rio, desta nova junção, surgiu a tricolor atual. A escolha das cores seria uma homenagem ao Fluminense Futebol Clube, time de coração de Perácio. Este ano também marca a chegada de Antonio Jayder Soares da Silva, Presidente de Honra da escola até hoje.
O Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio realizou seu primeiro desfile no Grupo 3, em 1989. Foi vice campeã. Em 1990, no Grupo A (atual Série Ouro), conquistou mais um vice campeonato com o enredo “Porque sou carioca”. Neste ano, alguns artistas da televisão desfilam na escola, vindo a ser, anos mais tarde, a marca da agremiação.
O vice campeonato rendeu o passaporte para estrear no Grupo Especial em 1991. O enredo “Antes, durante e depois, o despertar do homem” rendeu a 16.ª colocação, e o retorno ao Grupo de Acesso. No ano seguinte conquista o campeonato no acesso com “Águas claras para um rei negro”, retornando ao Grupo Especial, onde permanece até hoje.
Desde seu retorno ao grupo de elite carioca, a Grande Rio, em 29 desfiles, conquistou 04 vices campeonatos, 04 terceiros lugares, voltando no desfile das campeãs em 14 oportunidades. Também escapou de um polêmico rebaixamento em 2018, não concluído após acordo entre as escolas. Em 2011 sofreu um incendio no pré carnaval onde perdeu todo o projeto que era considerado favorito ao titulo do ano. A escola se uniu e conseguiu refazer parte das alegorias e fantasias e conseguiu desfilar, mesmo com a decisão da liga de não a incluir no julgamento.
Carnavalescos consagrados já passaram pela Grande Rio, casos de Lucas Pinto, Alexandre Louzada, Roberto Szaniecki, Max Lopes, Joãosinho Trinta, Cahê Rodrigues, Fábio Ricardo, Renato Lage e Márcia Lage. O saudoso Diretor de Carnaval e Harmonia, Mestre Laíla, também contribuiu com a ascenção da escola a uma super potência no carnaval.
Entre suas rainhas de Bateria, um elenco de grandes estrelas: Mônica Carvalho, Monique Evans, Danielle Winits, Susana Werner, Luciana Gimenez, Deborah Secco, Susana Vieira, Grazi Massafera, Cris Vianna, Ana Furtado, Christiane Torloni, Paloma Bernardi, Juliana Paes e Paola Oliveira, todas foram soberanas da bateria “Invocada“. Em 1994, a Grande foi ousada ao colocar o bailarino Zé Reinaldo como o primeiro “Rei de Bateria”no Grupo Especial. Em 2015, David Brazil repetiu a dose.
Alem nomes citados, cabe também destacar passagens importantes de nomes como os intérpretes Dominguinhos do Estácio, Nêgo, Quinho, Pires, Bruno Ribas, Wantuir e Emerson Dias, os casais Élcio PV & Dóris, Ronaldinho & Rita Freitas, Robson & Ana Paula, Sidclei & Verônica Lima, além da porta bandeira Squel Jorgea. Mestres de bateria consagrados também estiveram na escola, casos de Jorjão, Odilon Costa e Mestre Ciça.
Em 2020, a jovem e talentosa dupla de carnavalescos, Gabriel Hadad e Leonardo Bora desenvolveram o inesquecível “Tata Londirá: o canto do caboclo no quilombo de Caxias, uma homenagem ao pai de santo Joãozinho da Gomeia. Após um grande desfile, a tricoclor liderou a apuaração até o 7º dos noves quesitos apurados. No final a Grande Rio conseguiu os mesmos 269,6 pontos da Unidos do Viradouro, ficando como vice campeonato no quesito de desempate.
No ultimo carnaval, finalmente o grito de “É campeã”! A tricolor de Duque de Caxias levou Exú para a avenida. O enredo, também desenvolvido por Hadad e Bora, abriu os caminhos para o primeiro título da história da Tricolor no Grupo Especial. Desmitificando o Orixá, a Grande Rio mostrou as transformações e manifestações de Exú através de figuras excluídas, como Athur Bispo do Rosário, a dama do lixo Estamira e a poetisa esquizofrenica Stella do Patrocínio.
Destaque para a comissão de frente, onde o ator Demerson D’alvaro escalava um imenso globo representando o topo do mundo para chegar ao banquete de Exú.
Em julho deste ano, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, sancionou uma lei que tornou a tricolor um patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro.
Para o carnaval de 2023, a Grande Rio já trabalha no enredo que homenagear o sambista Zeca Pagodinho, morador de Xerém, distrito de Caxias. A celebração ao cantor será mais um desfile de reencontro da agremiação com sua comunidade e suas raízes na cidade da Baixada Fluminense. O enredo também é desenvolvido pelos carnavalescos Haddad e Bora.
O elenco campeão permanece inalterado: O ótimo cantor Evandro Malandro comanda o carro de som, Daniel Werneck e Taciana Couto defendem o pavilhão tricolor, Hélio e Beth Bejani mais uma vez prometem impactar na comissão de frente e Mestre Fafá segue no comando de uma melhores baterias do grupo especial, tendo ao lado a Rainha Paola Oliveira.
Orgulho de Duque de Caxias, a Grande Rio será a segunda a desfilar no Domingo, 19/02 e promete mais uma grande apresentação em defesa do ultimo titulo conquistado!
