RJ – Acervo de Rosa Magalhães será catalogado e digitalizado pela Uerj – São 69 pastas com desenhos originais

Atual carnavalesca da Paraíso do Tuiuti, ao lado de João Victor Araújo, a artista plástica e professora Rosa Magalhães cedeu ser acervo, com mais de cinco mil desenhos de cenários, alegorias e fantasias, à Rede Sirius – Biblioteca da Uerj, que ficará responsável por armazenar, catalogar e digitalizar o material. São 69 pastas com desenhos originais em folhas A3, desde 1974 a 2022, em croquis para a Império Serrano, Salgueiro, Imperatriz, Mangueira, Beija-Flor, Portela, São Clemente, União da Ilha, Estácio de Sá e Vila Isabel.

Por enquanto, as obras ficarão no Núcleo de Memória, Informação e Documentação (MID), sob rígidos controles de segurança, temperatura, luminosidade, umidade e qualidade do ar. Leila Andrade, Diretora da Rede Sirius, disse que as tratativas para a doação começaram em março.

Fomos à casa da professora e ela se mostrou não só uma profunda conhecedora da arte, mas também da preservação das obras. Felizmente, tínhamos todas as condições ideais para receber esse acervo. Foi uma grata surpresa termos conquistado essa parceria”.

Rosa Magalhães disse que seu maior desejo é que o material esteja com acesso fácil para quem deseja conhecer sua obra. Inclusive narrou que foi através de pesquisas, em uma biblioteca, que saiu o enredo “Mais vale um jegue que me carregue, que um camelo que me derrube lá no Ceará”, desfile que deu o bi campeonado a Imperatriz em 1995, onde ela abordou uma expedição européia pelo Nordeste Brasileiro, que teve a infeliz ideia de substituir o jegue, animal local, por camelos importados.

Quando você quer pesquisar alguma coisa, ainda é muito difícil, então quanto mais pudermos facilitar essa abordagem, melhor. Por isso, gostaria de pedir a todos os carnavalescos e escolas que doem seus trabalhos para cá, porque assim não ficarão restritos a alguns poucos que tenham a possibilidade de vê-los. Foi em uma biblioteca, na Quinta da Boa Vista, que descobri a história do jegue e do camelo, com detalhes incríveis. Tinha até um livro sobre como alimentar os filhotes! E eu nunca tinha ouvido falar daquele lugar. Essas coisas têm que ser divulgadas”, disse.

Rosa possui ligações com a Uerj desde os anos 60, quando foi aluna do curso de Letras. Em 2019 o projeto Acervo Universitário do Samba publicou sua biografia, “A moça prosa da avenida”, que também virou documentário da TV Uerj. No ano seguinte, o Conselho Universitário da instituição lhe concedeu o título de Doutora Honoris Causa.

Maior detentora de títulos na era Sambódromo, sendo campeã em 1982 (antes do Sambódromo),1994, 1995, 1999, 2000, 2001 e 2013, para o carnaval de 2023, a carnavalesca Rosa Magalhães trabalha em dupla com João Vitor no projeto “Mogangueiro da Cara Preta” na Paraíso do Tuiuti.

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