Após um Carnaval de 2025 marcado por temáticas afro-brasileiras, o Grupo Especial do Rio de Janeiro sinaliza uma guinada para enredos biográficos e homenagens a personalidades em 2026. A predominância da temática no próximo ano levanta a hipótese de uma influência direta da vitória da Beija-Flor de Nilópolis em 2025, com o enredo “Laíla de Todos os Santos“, que reverenciou o diretor de Carnaval.
Mais da metade das 12 agremiações já divulgaram seus temas, indicando uma forte tendência nesse sentido, o que levanta o questionamento: seria um “efeito Beija-Flor” ou uma mera coincidência?
Oito escolas já confirmaram enredos, e seis vão reverenciar grandes nomes. A Mocidade Independente de Padre Miguel, por exemplo, homenageará Rita Lee com “Rita Lee, a padroeira da liberdade“. O Salgueiro, por sua vez, celebrará a vida e obra da carnavalesca Rosa Magalhães, que iniciou sua trajetória na própria escola em 1970. A Imperatriz Leopoldinense reverenciará o cantor Ney Matogrosso, enquanto a Viradouro homenageará o mestre de bateria Ciça, figura emblemática de seu próprio quintal. A Unidos de Vila Isabel trará Heitor dos Prazeres com “Macumbembê, Samborembá: Sonhei que um sambista sonhou a África“, e a Mangueira homenageará o Mestre Sacaca, do Amapá.






Historicamente, a Mangueira, por exemplo, já conquistou seis campeonatos com enredos homenageando personalidades, e nos últimos dez anos, apenas ela e a Beija-Flor foram campeãs com temas biográficos. Este cenário sugere que a aposta em figuras emblemáticas pode ser vista como um caminho de sucesso, ou apenas uma convergência de ideias em busca de narrativas que ressoem com o público e os jurados.