Fabio Ricardo, responsável pelo desenvolvimento do último desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel, usou as redes sociais para informar que está disponível para conversar com agremiações que buscam novos carnavalescos. Em comum acordo, o artista se despediu da verde de branco de Padre Miguel no inicio de Maio, pós resultado da apuração que colocou a Mocidade em 8º lugar, com o enredo “Batuque ao Caçador”, entre as escolas de samba do Grupo Especial do Rio de janeiro.
Em contato com o CN1 Brasil, Fabio explicou que busca oportunidades não somente no carnaval, como também em àreas onde suas habilidades artísticas possam se encaixar.
Hoje estou disponível para atuar em qualquer escola. Não tenho o menor problema de voltar para o Acesso ou Intendente. Muito menos de ir para SP ou qualquer outro estado ou município. Meu desejo é seguir fazendo minha arte.Tambem estou aberto à projetos de cenários e feiras.
CARREIRA E TRAJETÓRIA
Fabio, que já foi assistente de carnavalescos consagrados como Joãozinho Trinta e Max Lopes, teve passagens pela Grande Rio, Rocinha, São Clemente, Mangueira e Império Serrano, além da já citada Mocidade.
A estreia de Fábio Ricardo, que é artista plástico e desing de indumentárias, como carnavalesco aconteceu no carnaval de 2008 no Acadêmicos da Rocinha, então no grupo de acesso carioca. Já neste primeiro ano levou a escola a um vice-campeonato com o tema “A Rocinha é Minha Vida… Nordeste é minha História”. Já apresentou desfiles por ele projetados, no grupo especial das escolas de samba cariocas, em nove oportunidades. Sendo a sua melhor colocação, um terceiro lugar com a Acadêmicos do Grande Rio no ano de 2015, quando a agremiação apresentou o enredo “A Grande Rio é do Baralho”.
O artista Plástico já foi apontado por Rosa Magalhães, na Revista Veja Rio, com o “futuro” do carnaval carioca. Para Renato Lage, outro ícone na profissão, Fábio foi considerado como um dos “grandes nomes do futuro do carnaval”. Em 2014 foi apontado pela mesma Veja Rio como o melhor carnavalesco do ano, por seu desempenho no desfile sobre a cidade de Maricá. Fábio também foi responsável por desfiles de carnaval e Lille, na França em 2015 e 2016.
MOCIDADE 2022
“Batuque ao Caçador“, enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel em 2022, foi uma proposta da escola, desenvolvida pelo jornalista Fábio Fabato e pelo pesquisador André Luís Junior. O tributo ao orixá Oxóssi teve a assinatura plástica de Fabio Ricardo.
Durante o desfile deste ano, algumas alegorias da Mocidade Independente apresentaram problemas técnicos, prejudicando a evolução da escola, além de falhas no acabamento na decoração. Apesar do gigantismo e beleza plástica, o ponto negativo foi alguns danos que os carros sofreram por conta da dificuldade que apresentaram para entrar no Sambódromo. Na parte final do desfile, o abre-alas desacoplou, e com dificuldades de se descolar, originando um grande “buraco” em frente ao terceiro módulo de jurados.
Tantos deslizes atrapalharam a estrela guia na briga por mais um título. Ao ser questionado sobre o que causou tantos problemas na avenida, Fabio Ricardo comentou que questionamentos sobre os problemas citados não devem ser direcionados ao carnavalesco. E cita que trabalhou dentro das condições da escola naquele momento. Segundo o artista somente parte de proposta plástica foi vista na avenida.
Acredito que esses problemas devem ser questionados à direção de barracão e carnaval da escola. O escopo artístico que me foi possibilitado, executamos dentro das condições que foram ofertadas. Infelizmente não se faz omelete sem ovos. Cheguei a publicar os projetos logo após a apuração e muita coisa não foi para a avenida. Não ficou nem próximo ao projeto”, disse o carnavalesco
Passado o desfile, na apuração de 2022, a Mocidade não gabaritou nos quesitos plásticos, assim como enredo. Entre todos os quesitos, o pior desempenho da escola foi em harmonia, evolução e justamente alegorias e adereços. Fabio Ricardo disse que concorda com as notas recebidas, “achei o julgamento muito honesto e justo“. O artista finalizou a entrevista se mostrando arrependido de não ter pensado em opções de trabalho antes de se comprometer com uma unica escola.
“Eu acredito que eu não deveria ter recusado os convites que recebi de SP e do acesso. Me limitar somente à uma escola foi um erro“, finaliza.
Por Waldir Tavares e Henrique Sathler