RJ – Com a chegada do Natal, junto acontecem os festejos pelos 73 anos de fundação da Deusa da Passarela em Nilópolis

Desfilando desde o carnaval de 1974 no grupo principal das escolas de samba da capital do Rio de Janeiro de forma ininterrupta, contando com um total de 14 campeonatos desde o desfile de 1976, o dia de Natal traz a comemoração pelos 73 anos de fundação da Beija Flor de Nilópolis, fundada no ano de 1948.

Nos primórdios, o Bloco Associação Carnavalesca Beija-Flor (que mais tarde se transformaria em escola de samba) cuja fundação se deu no dia 25 de dezembro de 1948 por um grupo de amigos composto por Milton de Oliveira (Negão da Cuíca), Edson Vieira Rodrigues (Edinho do Ferro Velho), Valentim Lemos, Helles Ferreira da Silva, Hamilton Floriano, José Fernandes da Silva e os irmãos Mário Silva e Walter da Silva. Esse grupo comemorava o Natal na esquina da Avenida Mirandela com a Rua João Pessoa, região central da cidade de Nilópolis, quando tiveram a ideia de criar um bloco carnavalesco para suprir a extinção dos blocos Irineu Perna-de-Pau e dos Teixeiras. A reunião oficial de fundação do Bloco aconteceu no Grêmio Teatral de Nilópolis. Negão da Cuíca foi eleito presidente e Edinho do Ferro Velho foi eleito secretário do Bloco. Durante a reunião, também foram escolhidos nome, cores, símbolo e madrinha da agremiação.

No ano de 1953, através da articulação do compositor Cabana, que morava em Nilópolis, mas tinha família oriunda do bairro do Rio Comprido, na cidade do Rio de Janeiro, começaram as articulações para a transformação do bloco em escola de samba, que foi inscrita na Confederação Brasileira de Escolas de Samba para participar dos desfiles do segundo grupo carioca, onde obteve a primeira colocação, com o enredo “O Caçador de Esmeraldas”. Seu primeiro presidente, após a transformação em escola de samba, foi José Rodrigues Sennas.

O carnaval carioca de 1976 marca uma grande virada na história da agremiação nilopolitana com a contração do gênio Joãosinho Trinta para ser o carnavalesco da escola, tendo permanecido neste posto até o carnaval carioca de 1992. O gênio J30 participou diretamente da conquista de cinco campeonato da agremiação nilopolitana.

Os carnavais de 1976, 1977 e 1978 marcam o primeiro tricampeonato da escola no grupo especial das agremiações carnavalescas do Rio de Janeiro, com os enredos “Sonhar com rei dá leão”, “Vovó e o Rei da Saturnália na Corte Egipciana” e “A criação do mundo na tradição nagô” respectivamente.

No carnaval de 1980 a escola volta a ser campeã empatada com a Imperatriz Leopoldinense naquela oportunidade com o enredo “O sol da meia-noite, uma viagem ao país das maravilhas”.

Cantar e exaltar a negritude através de seus grandes expoentes nunca foi novidade para a comunidade nilopolitana e exemplo isso foi o enredo apresentado no carnaval de 1983, quando novo campeonato foi alcançado pela escola com o enredo A grande constelação das estrelas negras” de J30.

A partir do carnaval de 1984 a agremiação alcançou um total de quatro vice-campeonatos sob a batuta de Joãosinho Trinta, com destaque para o carnaval de 1989 com o inesquecível enredo “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia”.

Joãosinho trinta despediu-se da Deusa da Passarela no carnaval de 1992 quando com o enredo “Há um ponto de luz na imensidão” a escola ficou apenas com um sétimo lugar, colocação esta alcançada pela escola pela última vez no carnaval de 1975.

Com a saída de Joãosinho Trinta da escola, seu posto foi ocupado por Maria Augusta, sendo seguida por Milton Cunha, até que no carnaval de 1998 uma comissão de carnaval assumiu o carnaval da escola, já obtendo o primeiro lugar daquele ano com o enredo “O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu”.

Com esta comissão de carnaval a escola alcançou o vice campeonato consecutivo nos carnavais de 1999 a 2002, seguindo-se um novo tricampeonato nos anos de 2003 a 2005 com os enredos “O povo conta a sua história: Saco vazio não para em pé. A mão que faz a guerra faz a paz”, “Manôa, Manaus, Amazônia, Terra Santa: Alimenta o corpo, equilibra a alma e transmite a paz” e “O vento corta as terras dos pampas. Em nome do pai, do filho e do espírito guarani. Sete povos na fé e na dor… Sete missões de amor” respectivamente.

Posteriormente novo bicampeonato foi alcançado pela escola nos carnavais de 2007 e 2008 com os enredos “Áfricas – Do berço real à corte brasiliana” e ” Macapaba – Equinócio solar. Viagens fantásticas ao meio do mundo”.

O vice campeonato alcançado com o desfile de 2009, quando a Deusa da passarela apresentou o enredo “No chuveiro da alegria, quem banha o corpo lava a alma na folia” aconteceu depois de um desfile deslumbrante em termos de alegorias e fantasias da escola nilopolitana.

“A simplicidade de um Rei” foi o enredo da escola no desfile de 2011, quando a escola alcançou um novo campeonato desta vez cantando a vida e obra do cantor Roberto Carlos, declaradamente torcedor da escola nilopolitana.

O carnaval de 2015 trouxe uma nova vitória para a escola nilopolitana com o enredo falando sobre a Guiné Equatorial, enredo este muito contestado por muitos, mas  o fato é que a escola fez um desfile arrebatador.

Monstro é aquele que não sabe amar. Os filhos abandonados da pátria que os pariu” enredo do carnaval carioca de 2018 trouxe para a comunidade nilopolitana sua décima quarta estrela, já que a escola atingiu o topo do pódio do carnaval do Rio com este desfile.

Na comemoração pelos 70 anos da agremiação nilopolitana foi apresentado o enredo “Quem não viu vai ver… As fábulas do Beija-Flor” quando o desfile da escola não foi capaz de superar as expectativas do mundo carnavalesco para ver como a agremiação pisaria na Sapucaí para essa comemoração, situação que deu a escola apenas um 11º lugar, colocação esta nunca atingida pela Deusa da Passarela desde quando começou a desfilar no grupo especial carioca.

No último carnaval carioca a escola deixou de ter uma comissão de carnaval para ter apenas uma dupla de carnavalescos, Cid Carvalho e Alexandre Louzada, quando a escola conquistou a quarta colocação com o enredo “Se essa rua fosse minha”.

Por fim para seu próximo desfile a Beija Flor anunciou o enredo “Empretecer o pensamento é ouvir a voz da Beija-Flor” já estando acertado que vai fechar o desfile do domingo de carnaval.

A sinopse deste enredo foi muito elogiada pela crítica carnavalesca quando foi apresentada, tendo a agremiação o objetivo de enaltecer a cultura negra e seus maiores expoentes, num desfile onde a escola promete muita garra e animação de seus componentes.

O samba enredo que vai embalar esse desfile é obra dos compositores J. Velloso, Léo do Piso, Beto Nega, Júlio Assis, Manolo e Diego Rosa.

Parabéns Beija Flor…

Minha escola, minha vida, meu amor…

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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