O Salgueiro entrou potente na Marquês de Sapucaí com um enredo sobre resistência. Terceira escola a desfilar no primeiro dia (22), do grupo Especial do Rio de Janeiro, chamando a atenção com a Rainha de Bateria Viviane Araújo, que desfila grávida de seu primeiro filho. Vivi surgiu fantasiada de Cabocla Jurema, entidade de religiões de matriz africana.
O carnavalesco da escola, Alex de Sousa, buscou falar do povo preto, da sua cultura. O desfile trouxe representações de territórios de resistência do povo preto do Rio de Janeiro, como a praça XI, Gamboa e Santo Cristo, a Pequena África, e o próprio Morro do Salgueiro, lugares reconhecidos como reduto de resistência.
Destaque para comissão de frente do coreógrafo Patrick Carvalho, simplesmente impactante, a bailarina Ingrid Silva, surgia como um elemento surpresa, dançando em um pedestal que surgia de dentro da alegoria. A bailarina brasileira radicada em Nova York representava Mercedes Batista, primeira bailarina negra do Municipal do Rio de Janeiro. Dançarinos apresentaram uma sincronia perfeita durante toda apresentação, tirando o folego de quem assitia o espetáculo.
Uma das alegorias veio representando o viaduto Madureira, componentes dançando charme, e trazendo o funk, o carro trouxe famosos como DJ Marlboro, Sandra de Sá e a atriz Cacau Protássio.
Projetos como o Afroreggae e Voz do Morro, que também são resistência no Rio de Janeiro, vieram representados em alegorias. Uma das alas coreografava um protesto, com integrantes levando faixas com dizeres anti-racistas e fotos de ícones como Elza Soares, Marielle Franco e Candeia.
Foto de Capa: Agencia Themapress