RJ – Crise no Carnaval Carioca faz escolas demitirem funcionários

Com destino ainda incerto, o carnaval carioca periga não acontecer em 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus. Em virtude disso, algumas das principais agremiações estão tendo que dispensar funcionários por falta de faturamento.

Estação Primeira de Mangueira foi uma das primeiras a fazer corte do seu pessoal. Com custos que chegam a R$ 117 mil, a agremiação dispensou 50 funcionários. A Beija-Flor de Nilópolis passa por situação parecida e manteve apenas dez pessoas, com carteira assinada, para trabalhar na desmontagem das fantasias do último desfile.

Com enredo já definido para o ano que vem, a São Clemente terá que dispensar as mais de 50 pessoas contratadas para desenvolver o próximo desfile, como marceneiros, ferreiros e costureiras. Já a Imperatriz Leopoldinense só está pagando salário de quem tem carteira assinada com a escola, assim como a Vila Isabel que só mantém seis funcionárias.

Na Unidos da Tijuca, a prioridade está sendo o pagamento dos salários mais baixos, como os dos profissionais que tomam conta das quadras e dos barracões. De volta ao Grupo Especial, a Imperatriz Leopoldinense só está pagando os salários de quem tem carteira assinada e até mesmo o casal de mestre-sala e porta bandeira está sem receber.

Uma das poucas que não estão atrasando salários, a Grande Rio tem se esforçado para manter os pagamentos em dia. Já a Paraíso do Tuiuti informa que está empenhada em honrar com todos os seus compromissos profissionais.

A Prefeitura do Rio informou que “segue concentrando os esforços para salvar vidas e controlar a pandemia na cidade e, neste momento, ainda não é possível falar em definição do carnaval Rio 2021”. Já a Liesa declarou que cabe “aguardar a posição das autoridades e da ciência para saber se teremos ou não condição de realizar o desfile”.

São Paulo

Adiamento do Carnaval: decisão sensata e respeitosa às vítimas da covid-19

No momento em que o Brasil passa da marca de 85 mil mortes pela covid-19 e que, em várias cidades, a vida começa a ser flexibilizada – em muitos setores, no limite da irresponsabilidade – as escolas de samba do eixo Rio-São Paulo dão uma demonstração de respeito à grave situação sanitária que vivemos. Enquanto se cogita a abertura do público em estádios de futebol e templos religiosos, os barracões e quadras permanecem fechados desde o fim do último Carnaval.

A decisão do prefeito Bruno Covas, tomada em conjunto com a Liga-SP é acertada e faz uma ponderação realista e responsável sobre os rumos da nossa maior festa popular. Sabemos que poucas atividades culturais precisam tanto das aglomerações quanto o Carnaval. E, por mais que muitos não reconheçam, a folia, além do traço cultural inegável de nosso país, é fonte de recursos e gera milhares de empregos diretos e indiretos. Em 2020, os festejos injetaram, respectivamente, R$ 3,7 bi e R$ 2,3 bi nas economias das cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.

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