RJ – Definidos os Enredos das 12 Escolas de Samba do Grupo Especial: Será uma Celebração de Poesia, Religiosidade e Brasilidade

O Rio de Janeiro já se prepara para se envolver novamente na grandiosidade e na magia do Carnaval. Com a definição dos enredos das 12 escolas de samba do Grupo Especial, o carnaval de 2024 promete ser uma celebração intensa de poesia, religiosidade e brasilidade, encantando o público com histórias marcantes e emocionantes homenagens.

Os enredos escolhidos pelas agregações abrangem uma diversidade de temas, retratando a riqueza cultural do Brasil e suas diferentes expressões. A poesia, como fonte de inspiração, estará presente em diversas narrativas. Além disso, a religiosidade será exaltada em algumas escolas, resgatando a espiritualidade e as tradições que fazem parte da identidade brasileira.

Confira abaixo a ordem dos desfiles do Grupo Especial para o Carnaval de 2024:

DOMINGO – 11 de Fevereiro

Primeira Escola – Unidos do Porto da Pedra

Campeã da Série Ouro e mais nova integrante do Grupo Especial, a Unidos do Porto da Pedra abre os desfiles com o Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular, criado e desenvolvido pelo carnavalesco Mauro Quintaes e o enredista Diego Araújo. Trata-se de um almanaque que remete à Era Medieval, mais precisamente ao século XIV, escrito na Espanha, tendo chegando ao Brasil dois séculos depois. Os textos são verdadeiros guias para os saberes da medicina, da agricultura e da pecuária, sendo muito comum na sociedade da época, já que os livros impressos ganhavam maior difusão graças ao advento da prensa tipográfica de Guttemberg, passando a alcançar não só a classe mais abastada, como também os segmentos mais pobres da população.

Segunda Escola – Beija Flor de Nilópolis

A Beija-Flor de Nilópolis vai levar para a avenida o enredo Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila. Benedito dos Santos nasceu em Maceió e passou a se chamar, mais tarde, como Rás Gonguila, dizendo que era descendente direto do último imperador da Etiópia. Ele fundou o bloco Cavaleiro dos Montes, marcante no Carnaval das Alagoas. O enredo é desenvolvido por João Vitor Araújo.

Terceira Escola – Acadêmicos do Salgueiro

O Salgueiro vai homenagear o povo Yanomami no carnaval de 2024. A Vermelha e Branca da Tijuca leva o enredo “Hutukara”, do carnavalesco Edson Pereira, para o próximo desfile. Contratado para desenvolver a pesquisa do tema, o jornalista Igor Ricardo mergulhou na mitologia dos Yanomamis para, através deles, fazer uma defesa enfática da Amazônia.

Quarta Escola – Acadêmicos do Grande Rio

Nosso destino é ser onça‘ é o enredo da Grande Rio em 2024. Os Carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora se inspiraram no livro do escritor Alberto Mussa. A proposta é fazer uma reflexão sobre a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro, tocando em temas como antropofagia e encantaria.

Quinta Escola – Unidos da Tijuca

Unidos da Tijuca vai falar sobre as lendas de Portugal através do enredo O conto de fados”. Um enredo que contará, em clima de encantamento, fatos, mistérios e lendas populares que pairam sobre a formação dessa nação. Nessa história, desenvolvida pelo carnavalesco Alexandre Louzada, um dos protagonistas será o “Fado”, que em seus múltiplos significados, além de representar o gênero musical típico lusitano, traz consigo a ideia de destino e de fabulação. Nesse jogo de palavras o “Conto de Fada” se torna “Conto de Fado”, o lúdico e o imaginário interagem com as histórias narradas, inventadas, repaginadas.

Sexta Escola – Imperatriz Leopoldinense

Atual campeã do carnaval do Rio, Imperatriz Leopoldinense tentará o bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda“. Escrito há mais de 100 anos, o folheto ‘O testamento da cigana Esmeralda‘, escrito pelo poeta paraibano Leandro Gomes de Barros, inspira a escola do carnavalesco Leandro Vieira na tentativa de manter o título em no bairro de Ramos.

SEGUNDA-FEIRA – 12 de Fevereiro

Primeira Escola – Mocidade Independente de Padre Miguel

A Mocidade falará sobre a história do fruto caju. Pede caju que dou… Pé de caju que dá!” vai falar na Sapucaí sobre fruta do cajueiro, com suas histórias, lendas e curiosidades. O enredo é assinado em conjunto pelo carnavalesco Marcus Ferreira e pelo jornalista e escritor Fábio Fabato, que assina a sinopse.

Segunda Escola – Portela

A centenária Portela vai levar para a Sapucaí o enredo “Um Defeito de Cor”, tema baseado no romance da escritora Ana Maria Gonçalves, o enredo traz uma outra perspectiva da história, refazendo os caminhos imaginados da mãe preta, Luisa Mahim. O carnavalesco Antônio Gonzaga assina o carnaval ao lado de André Rodrigues.

Terceira Escola – Unidos de Vila Isabel

Unidos de Vila Isabel fará uma reedição do Carnaval 1993, desenvolvido originalmente pelo carnavalesco Oswaldo Jardim: “Gbalá – Viagem ao Templo da Criação”. A escola vai ressaltar a importância das crianças para um mundo melhor, levando adiante os valores e ensinamentos depois que o criador adoeceu. O enredo, agora trabalhado por Paulo Barros, terá como trilha sonora o mesmo samba-enredo da década de 90, composto pelo presidente de honra da escola, Martinho da Vila.

Quarta Escola – Estação Primeira de Mangueira

A cantora Alcione, que completa 50 anos de carreira, será a grande homenageada do enredo “A Voz Negra do Amanhã”, criado e desenvolvido pelos carnavalescos Annik Salmon e Guilherme Estevão. A verde rosa é especialista em homenagear grandes nomes da MPB, em 2016 obteve seu penúltimo título cantando a vida e obra de Maria Bethania.

Quinta Escola – Paraíso do Tuiuti

A Paraíso do Tuiuti vai desfilar o enredo “Glória ao Almirante Negro!”, que será desenvolvido pelo carnavalesco Jack Vasconcelos, que volta à escola. A escola de São Cristóvão vai entrar na Avenida homenageando a vida e história de João Cândido, marinheiro brasileiro que se empenhou na luta contra os maus-tratos, a má alimentação e as chibatas sofridas pelos colegas.

Sexta Escola – Unidos do Viradouro

A Unidos do Viradouro fecha os desfiles do Grupo Especial com o enredo “Arroboboi, Dangbé”, criado e desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, sobre a energia do culto ao vodum serpente. Força que se manifestou desde épicas batalhas na Costa Ocidental da África e que influenciou as lutas das guerreiras Mino, do reino de Daomé, iniciadas espiritualmente pelas sacerdotisas voduns, dinastia de mulheres escolhidas por Dangbé. A energia do culto se estabelece no Brasil com a instalação de terreiros na Bahia por Ludovina Pessoa, sacerdotisa daomeana que veio com a missão de perpetuar a crença nos voduns.

Enfim, a definição dos enredos das 12 escolas de samba do Grupo Especial revela uma promessa de carnaval inesquecível para o Rio de Janeiro. Prepare-se para uma explosão de cores, filhos e alegria que marcará o coração dos cariocas e visitantes, reafirmando o Carnaval como uma das maiores manifestações culturais do país.

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no whatsapp
WhatsApp