RJ – ” EU TENHO CHÃO” – KETULA MELLO (EXCLUSIVA)

Ela já foi Rainha de Bateria, Musa do Caldeirão do Huck e Rainha do Carnaval. Ketula Mello cresceu no meio de sambistas. A beldade conversou com o CarnavalN1 sobre os preparativos para o próximo Carnaval!

CARNAVALN1?: O seu pai te levou aos três anos de idade para conhecer esta festa, e hoje você é como um ícone no que diz respeito ao samba no pé. Nos conte sobre este início no samba, através do seu saudoso pai.
KETULA: O samba está na minha veia desde que eu nasci. Meu pai, como todos sabem foi minha grande referência, o mesmo era aderecista, carnavalesco, um folião apaixonado. Minha mãe também não fica para trás, me acompanha até hoje em todos os eventos. Comecei a frequentar a acadêmicos do Cubango com 4 anos, já fui porta-bandeira (risos), acreditem se quiser, e depois, com mais idade, me apaixonei pela arte do samba. Comecei a observar as passistas e como o mundo inteiro parava para assistir quando elas sambavam, então pensei: “um dia quero ser como uma delas, parar o mundo com meu samba”. E acho que fluiu, né? (risos)

CARNAVALN1?: Com apenas 16 anos, após passar pela ala de passistas, você se torna a rainha de bateria da Porto da Pedra. Naquela época a escola era uma promessa entre as grandes do Rio. Você já tinha noção do que estava acontecendo? Como foi este processo de ser passista e virar Rainha?
KETULA: A Porto da Pedra como costumo falar foi meu colégio, meu ensino médio e faculdade. Eu ia pro samba para me divertir e ser feliz, sambava como passista sem compromisso. Quando me inscrevi no concurso eu não esperava ganhar, eu só queria poder sambar mais e mais com aquela gente que eu amava. Acabou que a comunidade na época abraçou a ideia e me tornaram a rainha deles. Quando me dei conta eu já era a rainha com menor idade no Carnaval do Rio.

CARNAVALN1?: O primeiro “Musa do Caldeirão” em 2003 foi vencido por você e logo depois você se torna Rainha do Carnaval Carioca. Grandes títulos e feitos raros como estes te abriram portas? Nos conte sobre as oportunidades que vieram.
KETULA: Eu sou crente de que tudo acontece no seu tempo e da forma que tem que ser. Eu nunca almejei nenhum título, eles vieram quando era o momento. O Musa do Caldeirão foi uma consagração para as grandes passistas e acabou por popularizar a nossa arte para o país inteiro. Eu tentei fugir do concurso por umas duas vezes (risos), não queria ter obrigação com gravação e nada. Então depois de todas as etapas, veio a surpresa de ser escolhida. Na época isso foi como um baque pra mim, pois pensei: “agora as coisas estão ficando mais sérias. Até onde o samba vai me levar?”.
Já o concurso de rainha do Carnaval foi uma forma de ratificar que mesmo afastada da festa ainda era uma sambista. Concorrendo com gigantes passistas, fui motivada por familiares e amigos a concorrer. Quando entrei pensava não haver a menor chance, depois de anos afastada da festa, vencer a disputa. Lembro de na final quando me anunciaram, eu não enxergar mais nada e sair correndo para sambar com o povo. Foi sem dúvidas um dos melhores momentos que vivi nessa trajetória.

CARNAVALN1?: Após um longo afastamento do Carnaval, ocorrido em 2004. Em 2017 você retorna à frente da bateria da Porto da Pedra. Naquele momento “A saudade apertou”?
KETULA: A saudade apertou de estar na Avenida, independente do posto. Me afastei por motivos pessoais do Carnaval, voltei quando me senti preparada. Não adianta, preciso estar em contato com essa festa! Eu recebi o convite para retornar à Porto da Pedra como musa em 2017 e prontamente aceitei. Com o decorrer do pré-Carnaval e algumas questões envolvendo a direção da escola com a antecessora, fui convidada ao posto de rainha e me senti muito honrada, afinal, a Porto da Pedra foi onde eu cresci. Então acabei voltando como majestade e foi maravilhoso, a comunidade me recebeu como ‘filha’ e fiz um dos melhores desfiles da minha trajetória na Sapucaí. Serei eternamente grata a esse pavilhão feroz de São Gonçalo que marcou profundamente a minha vida.

CARNAVALN1?: E a Imperatriz? Como se deu este novo amor verde branco?
KETULA: A Imperatriz não é só “amor de Carnaval” (risos). Meu grande amigo Cahê Rodrigues, quando ainda era carnavalesco lá, junto com o Sr. Luizinho Drumond me fizeram o convite para ser musa em 2018, e nossa, eu fiquei grata demais. A Imperatriz sempre foi uma escola que admirei demais por conta de sua história e grandes sambas, sem contar com as mulheres incríveis que reinaram por lá, como a Cris Vianna e Luiza Brunnet. E foi paixão à primeira vista! Todos os segmentos da escola, sem exceção, me abraçaram desde o primeiro momento que eu pisei naquela quadra antes da final em 2017. De lá pra cá as coisas só foram ficando mais fortes, à cada domingo é um carinho diferente, um sorriso novo e um abraço forte. Eu estou extremamente honrada por tanto acolhimento dessa família. Grata pela honra de pertencer à essa grande escola.

CARNAVALN1?: Polemicas superadas, Iza foi uma boa escolha para estar a frente da bateria da Imperatriz?
KETULA: A Iza era o que a Imperatriz precisava, pois além de ser linda, carismática, ser do bairro e sambar, ela cumpre o papel de uma rainha que é mostrar que a arte e a cultura salvam vidas, que há outra realidade! Assim que soube postei nos meus stories do Instagram uma saudação, porque realmente fiquei emocionada de ver outra grande mulher negra reinando em Ramos. Prontamente ela me respondeu, falando que me conhecia desde 2003 no concurso do caldeirão, que estava ansiosa e feliz por voltar ao bairro dessa maneira e que estava ansiosa para me conhecer também. Gente… Eu não me contive, vocês imaginam a sensação de ouvir de uma das pessoas que você mais admira, isso tudo? Estou em extasiada com a chegada dela e torço demais por um reinado perfeito, do jeito que ela merece.

CARNAVALN1 ? : Sua passagem talvez tenha sido o melhor momento da escola no problemático desfile de 2019. Vamos Ter surpresa na sua performance no desfile de 2020?
KETULA: Não acho que minha passagem tenha sido o ponto alto da escola em 2019, independente dos problemas, uma escola só existe por conta de cada sambista que se propôs a estar ali dando seu sangue e suor, mas fico muito grata pelo carinho! (risos)
Vocês que me conhecem sabe que eu adoro representar e performar, então só posso pedir que aguardem a criação do gênio Leandro Vieira para o próximo Carnaval! O Ketulão voltará com tudo!

Fotos: Divulgação.

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