E o favoritismo da Acadêmicos do Grande Rio se confirmou na apuração, nesta quarta-feira (26), a tricolor de Caxias é a grande campeã do carnaval do Rio de Janeiro.
A vitória da justiça, do respeito, da arte, do samba, dos povos de terreiro, das religiões de matrizes africanas, da história do negros, da história do Brasil.
A Grande Rio ousou e ensinou ao desmistificar o significado e o conceito de Exu para os brasileiros, através de um desfile irretocável, impecável, arte de qualidade elevada, refinada, suntuosa, empolgante e agradável de ver e ouvir.
Nenhuma outra escola merece tanto o título de campeã do Carnaval carioca. Nenhuma outra escola trouxe um enredo tão inédito e importante. A Grande Rio conseguiu realizar na avenida o que uma escola de samba deve fazer: educar com arte, produzida por gente preta, favelada, marginalizada e ignorada durante o ano.
Os jurados coroaram a escola de Duque de Caxias, será a virada da chave que a sociedade brasileira precisava contra a intolerância religiosa, de mais respeito por quem pensa diferente, mais empatia por quem acredita e segue religiões que não sejam a sua.
Está na hora do país aceitar a história do povo negro, como sua própria história. O Brasil foi construído pelo suor e sangue negro. O Brasil é resultado da cultura negra. O Brasil é um país de sangue negro. E isso me enche de orgulho.
Que venham mais enredos sobre Exus: Lalu, Tiriri, Tranca Rua, Marabô, Falange das Caveiras, Gira Mundo, etc… para que todos nós possamos olhar esses “espíritos de luz” sem torcer o nariz com preconceito, desinformação ou opressão.
Que todas as religiões sejam ensinadas nas escolas, sem seletismo, que todos possam ter acesso a informação, que todos sejam respeitados.
Parabéns Grande Rio, Exú venceu!