RJ – Há 41 anos, a música brasileira se despedia de Clara Nunes, vítima de uma fatalidade

Clara Nunes, a “A tal mineira” e um dos maiores ícones da música popular brasileira, faleceu no dia 2 de abril de 1983, aos 40 anos, vítima de choque anafilático após uma cirurgia de varizes. Sua morte prematura e trágica abalou o Brasil e deixou um vazio imenso na cultura nacional.

Preocupada com o aparecimento e aspecto de varizes nas pernas, Clara decide fazer uma cirurgia para removê-las em Março de 1983, na Clínica São Vicente. No dia 5 de março, a cirurgia é realizada com anestesia geral, contra a recomendação da equipe médica, ocasionando uma reação alérgica ao anestésico causando parada cardíaca e coma.

Clara entra em coma profundo e permanece internada na UTI por 28 dias. Apesar dos esforços médicos, Clara não resiste e falece na madrugada de 2 de abril de 1983.

O luto e a comoção nacional:

A morte de Clara Nunes foi um choque para o Brasil. Fãs, amigos e artistas se reuniram para homenageá-la e a imprensa dedicou amplo espaço à cobertura da tragédia Clara Nunes foi sepultada no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

A morte de Clara gerou diversas especulações e teorias da conspiração. Algumas pessoas questionaram as circunstâncias da cirurgia e os procedimentos médicos realizados. O marido da cantora, Paulo César Pinheiro, optou por não abrir processo para investigar a causa da morte.

Clara Nunes continua sendo uma das maiores cantoras da história da música popular brasileira. Sua voz inigualável, talento indiscutível a tornaram um ícone atemporal.

Uma história de amor com a Portela:

A história de Clara com a Portela começou no início dos anos 1970, quando a cantora, em busca de ampliar seu repertório para o samba, passou a frequentar escolas de samba. Madureira, endereço do terreiro de Umbanda que era frequentadora, era o reduto da Portela, e logo Clara se encantou com a tradição da agremiação.

Em 1975, Clara Nunes teve a honra de ser intérprete oficial da Portela no desfile de carnaval, defendendo o enredo “Macunaíma”. Em 1981, Clara Nunes lançou a música “Portela na Avenida“, uma verdadeira ode à escola do seu coração. A canção se tornou um hino para a Portela, sendo cantada na concentração antes dos desfiles como um esquenta para os componentes antes do desfile.

No ano seguinte à sua morte, a Portela prestou uma emocionante homenagem no enredo “Contos de Areia“, ao lado de outros portelenses ilustres como Paulo da Portela, Candeia e Natal. Em 2019 voltou a ser enredo em “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá” da carnavalesca Rosa Magalhães.

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