RJ – Homenageando um mitológico Castor de Andrade, Unidos de Bangu promete brigar pelo Acesso

Mais antiga escola da Zona Oeste e vindo de resultados medianos, a Unidos de Bangu promete trazer um grande desfile à Marquês de Sapucaí, objetivando seu retorno à elite do Carnaval, onde não desfila desde 1963. Para o Carnaval de 2022, a escola homenageia Castor de Andrade, patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel e do Bangu Atlético Clube, além de famoso banqueiro do jogo do bicho. Sob intensa chuva de fogos de artifício, a escola pisou forte na Avenida.

O intérprete de agremiação mostra-se animado com o retorno aos ensaios técnicos: ” Foram dois anos sem carnaval e quatro anos sem ensaio técnico. Trata-se de um novo recomeço, estamos voltando no tempo praticamente. Pra mim é como se fosse o primeiro desfile. Já são mais de 16 anos de Sapucaí. A gente fica na ansiedade, na expectativa de dar tudo certo”. – Explicou.
Ainda sobre o enredo, Thiago afirmou que ”A escola está com um enredo bacana, que a comunidade abraçou. Castor de Andrade é um ícone, não só de Bangu mas do Brasil, talvez do mundo, já que parece que em todo lugar já ouviram falar sobre Castor”. O cantor relatou à nossa equipe que o carro de som será composto por um cavaco, um violão é um bandolim. E o músico exaltou a equipe que trabalha consigo: ”(Trata-se de) Um time que já trabalha comigo. Duas meninas são cantoras e uma delas, professora de canto.”. Brito também destacou haver entrado na escola depois da gravação original do samba, que foi regravado com sua voz.

Thiago Brito e seu time do carro de som: Foto Wallace Mendonça

Quanto ao casal de Mestre-Sala e Porta Bandeira, Anderson e Eliza, ambos, que são casados na vida real, vivem um momento sublime em razão do nascimento do filho do casal, Arthur. Eliza também destacou o retorno à Sapucaí pós-pandemia: ”Estar aqui novamente, é um grande marco. E estar de voltar agora com meu filho é uma emoção muito grande, coração está aqui apertadinho.”.

Anderson, que pediu Eliza em casamento em casamento durante a transmissão de TV em 2019, evidenciou a sintonia junto à sua esposa/partner: ”Dançar como mestre sala é maior emoção do mundo. Minha sensação é de que estou fazendo uma dupla defesa. Protejo não apenas o pavilhão do bairro onde eu nasci e estou há 37 anos e local onde aprendi a ser sambista, mas também a minha porta-bandeira. E dançar com ela que é minha esposa, minha companheira, é um máximo, venho enamorando-a verdadeiramente. Um prazer!”.
Oriundos da dança de salão, o casal iniciou sua preparação no Projeto Manoel Dionísio e já estão na função há 22 anos, e se disseram gratos à professora Magda, que os ensinou o bailado”. Sobre a dança que trarão para a avenida, o casal guardou segredo: ”A gente sempre trás uma surpresa, esse ano não seria diferente. E essa surpresa será algo lúdico, nunca visto no carnaval carioca”. – Afirmaram.

A mesma emoção da maternidade relatada pela porta-bandeira é vivida pela diretora da ala de passistas, Ellen Beatriz, mãe da pequena Maria Luísa: ”Estar aqui hoje é uma grande emoção, porque eu estava gestante e a ideia era desfilar grávida, mas não deu tempo. Meu coração esta apertado, por deixar minha pequena em casa, mas em breve estará em alguma escola aqui mirim na Sapucaí”. – Profetizou. Sobre o desfile, Ellen apresenta-nos que a ala de passistas terá uma mini coreografia no refrão do meio.

O carnavalesco Marcus Paulo disse que a Bangu trará “Um enredo mitológico! Em Bangu eles falam de Castor como se ele ainda estivesse vivo. No desfile traremos o Castor menino, que era um aluno muito dedicado, a família que investiu no bairro onde nasceu e foi criado. A gente finaliza com uma grande homenagem à ele no carnaval, por tudo que ele fez, pela fundação da Liga das escolas de samba, pois ele foi o primeiro presidente da Liga das escolas de samba. (…) Faremos uma homenagem ä Mocidade Independente, que era sua escola do coração”. Sobre a plástica da escola, Marcus relata que “Os carros estão grandes, conseguimos aumentar mais do que o ano passado, o uso de material é bem alternativo. Afinal, ou você tem luxo ou você não tem luxo. Imitar um uma opulência tem um resultado medíocre. Desta maneira, a gente acabe tendo que apelar para a criatividade. A plástica está bem interessante, estamos com 99% das fantasias prontas”. Sobre o enredo, o carnavalesco relatou que “No início algumas pessoas se prenderam a questão do banqueiro do bicho, mas eu não senti dificuldade porque o carnaval tem um olhar de romantismo para os bicheiros, olhamos eles com carinho. Minha dificuldade foi resumir a história dele para um grupo de acesso. E está aí Castor de Andrade, sem esconder nada!”.

Inicialmente divulgada uma parceria entre Marcus e o cenógrafo Clécio Regis, a Bangu terá apenas o primeiro profissional assinando o seu carnaval.

O Mestre de Bateria Léo Capoeira afirmou à nossa reportagem de que trará seis convenções ao samba, além de um andamento mais alegre, por conta da métrica do samba. Das bossas, três são uma homenagem à Mocidade Independente. O músico trará também pratos na bateria, numa referência à banda da torcida do Bangu, além de uma bossa que remete ao sambalanço. À frente de sua equipe, Léo teve uma jovem rainha de bateria, Wenny Isa.

Wenny Isa. Rainha da bateria da Bangu. Foto: Wallace Mendonça.

Com vigor, a Unidos de Bangu passou pela avenida afirmando: Vai dar Bangu, e Castor, na cabeça!

Anderson e Eliza. Primeiro Casal da Bangu. Foto: Wallace Mendonça.

Texto: Vítor Antunes e Suelen Martins

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