RJ – Julgador penaliza São Clemente por não entender boia de piscina em fantasia de político corrupto preso

No caderno do julgador de Enredo Arthur Nunes, chama atenção a justificativa para a nota 9,9 atribuída a Escola de Samba São Clemente, de Botafogo.

Arthur considerou a concepção do enredo como ótima e tirou 0,1 em realização. O mesmo apontou o uso de legenda para identificar o significado da ala 16 (Ficha Limpa), assim como a “boia de praia” estilizada no costeiro da ala 18 (Férias em Bangu), como os dois motivos que o levaram a penalizar a agremiação preto e amarelo.

No tocante a legenda na ala 16, Nunes explica que sem o artificio, a fantasia teria difícil leitura. Este ponto foi citado também entre os julgadores do quesito fantasia.

Em relação a ala 18 o julgador justificou no caderno: “A ala Férias em Bangu apresentava entre as regalias que presos poderosos possuem, um signo dissonante, a Boia de praia. Visto que as férias em questão são passadas efetivamente no presidio que dá nome a ala…(sic). Ficando assim a metáfora usada com seu sentido um tanto esvaziado…(sic).

No livro abre alas de segunda feira, Pág. 39, carnavalesco Jorge Silveira defende a fantasia dentro do Enredo “O Conto do Vigário” com a seguinte informação:“Tem marajá puxando férias em Bangu”! Como diz a letra de nosso samba, os poderosos presos não deixam de ter acesso as mais variadas regalias no cárcere: ar condicionado, tv à cabo, drinks e tudo mais que o dinheiro pode comprar. Parece que estão numa verdadeira colônia de férias, desfrutando da proteção do estado e subvertendo a justiça com seu poder“.

No quesito fantasia, nenhum julgador citou o polemico caso da boia (que tanto pode ser de praia como escreveu o julgador, quando de piscina que seria o mais fácil e provável) na ala 18. Inclusive a São Clemente recebeu uma nota 10 da experiente julgadora Helenice Gomes .

Por Waldir Tavares
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