O coreógrafo Marcelo Misailidis, conhecido por sua ousadia e inovação, desafiou a “ditadura dos tripés” no Carnaval 2025 com a comissão de frente da Mocidade Independente de Padre Miguel. Ao invés de utilizar os tradicionais palcos gigantescos, que se tornaram quase obrigatórios nos últimos anos, Misailidis apostou em uma apresentação minimalista e impactante, utilizando pequenas caixas de LED, robôs e 15 bailarinos que permaneceram em cena durante toda a apresentação.

A comissão de frente da Mocidade, que abordou o tema da Inteligência Artificial, foi elogiada pelo público e pela crítica, e recebeu o Estandarte de Ouro, um dos prêmios mais importantes do Carnaval carioca. No entanto, a apresentação não agradou o júri oficial, que a avaliou com duas notas 9.9, um 9.8 e apenas uma nota máxima. A jurada Rafaela Ribeiro (segundo módulo) justificou a perda de um décimo alegando “roteiro cenográfico confuso”.



A decisão do júri oficial reacendeu o debate sobre o uso de tripés nas comissões de frente. Para muitos, os palcos gigantescos desviam a atenção do público da dança e da indumentária, que deveriam ser os elementos centrais da apresentação. Os saudosistas, citam o saudoso coreógrafo Fábio de Melo, que fez história na Imperatriz Leopoldinense nos anos 90, defendendo que a comissão de frente deve ser na “cara e na coragem”, valorizando a arte dos bailarinos.
Apesar da polêmica, a ousadia de Marcelo Misailidis serve como um sopro de renovação no Carnaval carioca. Sua apresentação questiona os critérios de julgamento e incentiva outros coreógrafos a explorarem novas formas de expressão, sem se renderem à “ditadura dos tripés”.