Mesmo morando há 3 anos em Londres, onde trabalha como cabeleireira, Patrícia Souza, a primeira musa trans da Mangueira, confirmou presença no desfile da escola no Carnaval 2020.
Ela chegará no final de outubro para conhecer a fantasia para o próximo ano. Em 2019 em uma das visitas à quadra da Mangueira, foi apresentada ao carnavalesco Leandro Vieira por um diretor da escola, que sugeriu colocá-la no desfile da verde e rosa. L
Leandro abraçou a ideia e aproveitou para quebrar um paradigma da agremiação, que é uma das mais tradicionais do Rio de Janeiro. Para se ter uma ideia, a Mangueira não costuma aceitar nudez em seus desfiles e foi uma das últimas a permitir que mulheres tocassem na bateria.
Em entrevista concedida ao Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Patrícia afirmou ser importante que as mulheres trans sejam destaque na avenida, e não fiquem apenas restritas aos bastidores do Carnaval. “Se tivesse um pessoal mais envolvido, mais unido, se o pessoal do meio aceitasse mais a gente no Carnaval, na avenida, não só nos bastidores, acho que seria bem visto. E no Carnaval de rua também, principalmente”.
De acordo com a ONG Transgender Europe, o Brasil é o país com o maior número absoluto de homicídios de pessoas trans. Entre 1º de janeiro de 2008 e 31 de dezembro de 2016, 938 assassinatos foram relatados no país.
Apos o desfile do ano passado, a musa chegou a declarar em entrevista: ‘Passei por cima dos preconceitos’
Denominado “A verdade vos fará livre”, o enredo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira se propõe a fazer uma nova biografia de Jesus, onde o libertador vive e sofre as mazelas do ser humano da periferia atual.
Tentando o bi campeonato, a Mangueira será a terceira escola escola a desfilar no Domingo de Carnaval.
Por Waldir Tavares