A menos de cem dias do Carnaval, escolas da Série A sofrem com falta de dinheiro. Para piorar, infraestrutura nos barracões da Zona Portuária é precária
Em um amplo galpão na Zona Portuária, montanhas de lixo se misturam a materiais coloridos e esculturas deterioradas pelo tempo. As telhas praticamente não existem, e filhotes de cachorros brincam com baratas entre poças de água parada. A menos de cem dias do Carnaval, essa é a realidade do barracão de três escolas da Série A: Porto da Pedra, Acadêmicos de Santa Cruz e Acadêmicos de Vigário Geral, que terão que construir ali suas alegorias para brilhar na Marquês de Sapucaí.
“Sem um espaço digno e nem dinheiro, as dificuldades se tornam muito maiores. E a chuva ainda danificou o pouco que conseguimos de doações de materiais”, lamenta Cahê Rodrigues, carnavalesco da Santa Cruz ao repórter do jornal O Dia.
Apesar de ter confirmado que não fará repasse financeiro às escolas, a prefeitura informou que a Riotur busca patrocínio privado para auxiliá-las na realização dos desfiles. Enquanto o dinheiro não vem, as agremiações caminham para o suspiro derradeiro. Na terça-feira, a Renascer de Jacarepaguá anunciou a paralisação das atividades por falta de verbas.
“Se não tiver dinheiro, vou enrolar a bandeira. São 20 alas para desfilar e até agora não temos nenhuma pronta, só ferragens. Nem quando perdi o barracão em um incêndio passei por tanta crise”, conta a vice-presidente da Renascer, Tatiana Mello.
Diretor de Carnaval da Porto da Pedra, Júnior Cabeça afirma que a realização da Série A corre riscos. “Hoje, sem subvenção ou patrocínio, não tem como ter desfile. Quem nos vê na Sapucaí nem imagina esse sufoco todo que passamos”, desabafa.
Fonte O Dia