O vereador Tarcísio Mota (PSOL-RJ) se manifestou na ultima terça (05/01) em defesa do adiamento do carnaval na integra, inclusive os desfiles das escolas de samba realizados na Marques de Sapucaí, alegando que os indicadores epidemiológicos e sanitários apontam que ainda não é possível garantir a segurança sanitária da cidade durante os festejos momescos.
Nos últimos dias o Prefeito Eduardo Paes cancelou o carnaval de rua, devido ao avanço da variante Ômicron e crescimento nas hospitalizações, porém manteve o espetáculo das grandes escolas no Sambódromo do Rio. Para o prefeito, a festa na passarela do samba é mais fácil de controlar.
Tarcisio, que faz parte da Comissão de Carnaval da Câmara de Vereadores, sugere o adiamento de toda festa para o meio de 2022, quando é esperada uma melhora nos indicadores da pandemia no Rio e no Brasil. A decisão poderia reduzir o impacto financeiro do cancelamento em definitivo dos festejos. Entre diversas justificativas o parlamentar ainda aponta que cancelar o carnaval de rua e manter eventos com comprovante vacinal reflete na elitização da festa popular.
Infelizmente a variante Ômicron está sendo responsável pela piora dos indicadores epidemiológicos e sanitários que, em nossa opinião, devem balizar a decisão sobre a possibilidade de realização do Carnaval na cidade do Rio de Janeiro. Nesse sentido, consideramos:
Faltando 50 dias para o carnaval os indicadores epidemiológicos e sanitários apontam que não é possível garantir a segurança sanitária da cidade durante os festejos momescos. Carnaval é uma festa de celebração da vida. Não dá para termos carnaval com tamanho risco sanitário.
A disseminação da variante Ômicron em outras partes do mundo já demonstrou que o protocolo de cobrança de passaporte vacinal parece não ser suficiente para conter sua transmissão. Logo, não nos parece adequado simplesmente diferenciar eventos carnavalescos em espaços fechados daqueles realizados em áreas abertas. Infelizmente, isso significa que pode não ser seguro ter carnaval na Sapucaí, muito menos cortejos de blocos em espaços fechados.
A proibição dos desfiles do Carnaval de Rua, o cancelamento dos desfiles na Intendente Magalhães e na Avenida Chile e a liberação de bailes carnavalescos em Clubes e outros locais fechados terá como consequência a elitização do Carnaval carioca, o que contraria o espírito democrático do carnaval em nossa cidade.
Diante desse cenário e com toda a discussão acumulada pela comissão especial que presidimos há 5 anos na CMRJ, estamos propondo que a prefeitura, as ligas e associações de escolas, blocos e demais agremiações carnavalescas considerem a possibilidade de adiar o carnaval como um todo para meados do ano de 2022, quando os indicadores deverão estar melhores. Assim o impacto do cancelamento do carnaval sobre os trabalhadores e toda a cadeia produtiva do carnaval pode ser, ao menos, amenizado, e a festa poderá acontecer em toda a sua diversidade e força.
Mesmo se for realizado um Carnaval fora de época, é urgente que a Prefeitura execute um programa de auxílio aos trabalhadores do Carnaval, como costureiros, artesãos, carnavalescos, dançarinos, músicos e camelôs, dentre outros profissionais.