Prestes a completar 40 anos desfilando na Sapucaí, uma trajetória marcada por paixão, dedicação e momentos inesquecíveis, o destaque de luxo Carlos Reis vem para mais um desfile no abre alas da Portela, sua escola do coração. Em suas próprias palavras, Reis descreve a relação profunda que nutre com a águia de Madureira.
O destaque reconhece o peso dessa missão, que exige força física e, principalmente, um estado mental positivo e resiliente: “Estar no carro abre-alas da Portela não é apenas um privilégio, mas uma responsabilidade imensa. Quando chego na avenida horas antes do desfile, a primeira coisa que eu faço é ir ate a nossa águia conversar com ela. Procuro pedir bênçãos não só para a Portela que irá desfilar, mas para todas as agremiações. Faço minhas orações e batizo o carro antes de entrar na avenida“, disse.
Foram diversas passagens icônicas do destaque, como em 2015 quando desfilou na base da famosa “Águia Redentora” e 2017 no último campeonato da escola.
Em 2024, a tradicional azul e branca da zona norte do Rio, tem como enredo “Um Defeito de Cor”, dos carnavalescos André Rodrigues e Antônio Gonzaga. O tema, baseado na obra homônima da autora Ana Maria Gonçalves, refaz os caminhos imaginados da história da mãe preta, Luisa Mahim.
Abrindo alas para a Majestade do Samba, Carlos Reis vai representar o Rei Adandozan, soberano de Daomé, em um momento carregado de emoção e simbolismo.
“A minha fantasia deste ano transcende a mera vestimenta, carregando consigo uma rica simbologia e um significado profundo. Mais do que um rei afro, ela representa um emissário dos Orixás que guia a Portela em sua jornada triunfal pela Sapucaí. A roupa é uma reverencia à cultura afro-brasileira e à força mística dos deuses africanos, que guiam e protegem a águia em sua busca pela vitória“, explica o artista.
O figurino tem assinatura dos carnavalescos Andre Rodrigues e Antonio Gonzaga, e está sendo confeccionado no atelier do renomado estilista Edmilson Lima, que usou búzios, strass, material afro, contas africanas e broxes: “A fantasia ficou do rústico ao luxo. Essa mistura é assinada pelo Edmilson que é um mago que completa 39 anos de parceria comigo“.
TRAJETÓRIA NA PORTELA
O hairdresser Carlos Reis, começou a desfilar na Portela nos anos oitenta após conhecer a cantora mineira e Portelense Clara Nunes. Desfilou em alas, até virar Destaque em 1991, a convite do presidente Carlos Teixeira Martins e Paulo Miranda, mais conhecido por Cabelo frito. Sua estreia foi no ultimo carro da azul e branca que fazia parte do enredo “Tributo à Vaidade“ do carnavalesco Silvio Cunha.
“O Carlos Reis da Portela foi feito pelo meu companheiro Jorge (in memorian) e pela imprensa. Agradeço imensamente toda comunidade da minha escola e principalmente a torcida guerreiros da águia. Também agradeço a Deus por me livrar das maldades disfarçadas de bondade e da inveja. Não posso deixar de citar o Thales Batista da extinta TV e Revista Manchete, Albeniza Garcia do Jornal O Dia e a imprensa no geral por todas as oportunidades“
Foto em destaque: Paulo Henrique