A Unidos do Viradouro é uma escola de samba que desfila no carnaval carioca em definitivo desde 1986, mas sua sede fica na cidade vizinha de Niterói, com sede estabelecida no bairro do Barreto.
Nesse 24 de junho completa 74 anos de fundação, tendo sido campeã absoluta do carnaval carioca, no grupo especial das escolas de samba nos anos de 1997 e 2020.
Nos grupos inferiores do carnaval carioca a Viradouro foi campeã do grupo de acesso nos carnavais de 1990, 2014 e 2018 e da série B no carnaval de 1989.
No carnaval de sua cidade natal por muitos anos concorreu com a Acadêmicos do Cubango pela hegemonia do carnaval do outro lado da ponte, tendo sido campeã em 18 carnavais a Viradouro.
Foi no carnaval de 2011 que Viradouro e Cubango se reencontraram competindo entre si após 24 anos, quando disputaram o título do grupo de acesso A.
Os símbolos da Viradouro são uma coroa com ramos de folhas ao lado e um aperto de mãos inter-racial, simbolizando a união de seus integrantes.
Originalmente a Viradouro foi fundada com as cores azul e rosa, inspiradas na vestimenta de Nossa Senhora Auxiliadora, padroeira da agremiação. Por ter sido fundada no dia de São João Batista, santo padroeiro da cidade de Niterói, o santo também foi escolhido para ser o padroeiro da escola.
A madrinha da Viradouro é a multicampeã Portela, tendo ainda sua Velha Guarda sido também batizada pela Velha Guarda da Portela.
Logo que passou o carnaval de 1970 a Unidos do Viradouro adotou as cores vermelho e branco, tendo já no carnaval de 1971 vencido o campeonato de Niterói.
A fundação da Viradouro foi ideia de Nelson dos Santos, conhecido como Nelson Jangada. Para a fundação de uma nova agremiação, reuniu amigos e foliões da região, além de jogadores e torcedores de um time de futebol da localidade. Assim a Unidos do Viradouro acabou sendo fundada em 24 de junho de 1946 por Nelson Jangada, Nelson Braga, Roque Soares, Paulo Braga, Juci, Ataíde, Ercília Guedes, Maria Ana, Oto Braga, Telinho, Lindolfo dos Santos, Otacílio Nascimento, Ito Machado Villaça Guedes, dentre outros.
A Viradouro participou dos desfiles carnavalescos de Niterói por 39 anos, de 1947 a 1985, mas neste intervalo de tempo esteve participando do carnaval carioca nos anos de 1964 e 1965, não obtendo na época boas classificações.
Após ser campeã no carnaval de Niterói por dezoito oportunidades, a Unidos do Viradouro resolveu novamente vir a desfilar no Rio e assim aconteceu a partir do carnaval de 1986.
O carnaval de 1991 marcou a estreia da Viradouro no grupo principal das escolas de samba do Rio, ocasião onde apresentou como enredo a vida da atriz e humorista Dercy Gonçalves, com o enredo “”Bravo! Bravíssimo! – Dercy Gonçalves, o retrato de um povo”, tendo obtido um sétimo lugar já de início, tendo esse desfile sido arquitetado pelo “Mago das Cores”, o carnavalesco Max Lopes, que já vinha com a escola desde o ano anterior, quando foi campeã do grupo de acesso A, tendo permanecido até o carnaval de 1993.
O carnaval de 1994 marcou o início de um período da escola sob a batuta do genial carnavalesco Joãosinho Trinta, que permaneceu na escola até o carnaval carioca do ano 2000.
Joãosinho Trinta levou a Viradouro ao topo do pódio no carnaval carioca de 1997, quando a escola apresentou o enredo “Trevas! Luz! A explosão do Universo”, tendo a escola sido agraciada com o Estandarte de Ouro, como melhor escola daquele ano.
Depois da saída de Joãosinho Trinta da Viradouro uma série de profissionais ocuparam o posto de carnavalesco da agremiação, como Lane Santana, Chico Spinosa, Mauro Quintaes, Milton Cunha, Kaká Monteiro, Mário Monteiro, até que para o carnaval de 2007 foi contratado Paulo Barros, tendo estado na agremiação por dois anos seguidos, quando apresentou desfiles inusitados, cheios de novidades, bem ao seu estilo moderno e revolucionário, mas mesmo assim não passou de um quinto lugar, como melhor colocação.
No carnaval de 2010 a escola não realiza um desfile satisfatório com o enredo “México, o paraíso das cores, sob o signo do sol”, dos carnavalescos Edson Pereira e Júnior Schall e por esta razão caiu para o grupo de acesso no carnaval de 2011.
De 2011 a 2014 a escola niteroiense desfilou no grupo de acesso, até que se sagrou a grande campeã com o enredo “Sou a Terra de Ismael, Guanabaran eu vou cruzar… Pra você tiro o chapéu, Rio eu vim te abraçar”, desfile este planejado pelo carnavalesco João Vítor Araújo.
No carnaval de 2015 a escola apresentou-se com o enredo “Nas veias do Brasil, é a Viradouro em um dia de graça”, mas de novo o desfile teve problemas e a escola voltou ao grupo de acesso carioca.
De 2016 a 2018 desfilando de novo pelo grupo de acesso, sagrou-se campeã com o enredo “Vira a Cabeça, Pira o Coração – Loucos Gênios da Criação” do carnavalesco Edson Pereira.
O carnaval de 2019 marcou o retorno da Viradouro ao grupo especial, desta vez de novo com o carnavalesco Paulo Barros à frente do carnaval da escola, ficando o final com o vice-campeonato na apresentação do enredo “Viraviradouro”.
Por fim no carnaval de 2020 a escola pela segunda vez é campeã do grupo especial das escolas de samba cariocas com o enredo “Viradouro de Alma Lavada” desenvolvido pelos carnavalescos Marcus Ferreira e Tarcisio Zanon, dupla de profissionais que para o próximo carnaval já anunciou o enredo “Não há tristeza que possa suportar tanta alegria”, oportunidade na qual a escola vai tentar um inédito bicampeonato.
Nos carnavais apresentados pela Viradouro grandes personalidades foram homenageadas nos enredos apresentados, como Nelson Rodrigues (2012), Bibi Ferreira (2003), Anita Garibaldi (1999), Tereza de Benguela (1994) dentre outras.
Desde a entrada da escola na Sapucaí em 1992, com o enredo “E a magia da sorte chegou” de Max Lopes, tudo indicava que ali estava a grande campeã daquele carnaval, mas um incêndio numa das alegorias da escola ainda no final da pista de desfiles, tendo o fogo consumido toda a alegoria, acabou levando a escola para a nona colocação.
A frente da bateria da escola grandes beldades brilharam com toda sua beleza e carisma, como Luma de Oliveira, Juliana Paes, Patrícia Costa, dentre outras. Atualmente está ocupando o posto de rainha da bateria da Viradouro Raíssa Machado desde 2014.
Nos carnavais de 1992, 1999, 2015 a ala de baianas da Viradouro foi premiada com o prêmio Estandarte de Ouro como a melhor daqueles anos.
Por Sidnei Louro Jorge Júnior