A Vila Isabel foi a última a desfilar no segundo dia, sexta(23), de desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Contando a própria história para homenagear Martinho, aos 84 anos, o poeta, compositor, cantor e escritor surgiu logo na comissão de frente sentado em uma alegoria giratória. Depois, desceu e desfilou no chão junto a uma ala com 140 familiares e amigos que acompanham a homenagem na avenida.
O desfile do carnavalesco Edson Pereira começou com Martinho como um pensador negro que tem seu lugar de fala no Morro dos Macacos, na Zona Norte do Rio. A partir disso, lembrou a infância do cantor, na roça, quando sua veia artística, na poesia e na música começou a se revelar.
As criações de Marinho para a Vila Isabel, como “Yá-yá do cais dourado” (1969), “Sonhadores alados” (1980) e “Festa no Arraiá” (2013), e os sucessos na MPB, como “Canta canta, minha gente” e “Aquarela brasileira” foram lembrados.
A Vila destacou a voz de Martinho não só como herdeiro da música africana, mas também nos projetos sociais desenvolvidos pelo artista em Angola e na sua luta contra o racismo, também mostrou o samba sem rima, criado por Martinho e legado que ele deixa para a música, a literatura e os movimentos sociais.
O final do desfile mostrou Martinho descendo o Morro dos Macacos e encontrando os amigos para tomar uma gelada, como diz o samba.
