A Unidos do Viradouro encerrou os desfiles do Grupo Especial de 2023, na manha de terça-feira de carnaval.
Presidida por Marcelinho Calil e Terceira colocada no último carnaval, a vermelha e branca de Niterói, um dos maiores municípios do Rio de Janeiro, levou sua comunidade para testar o canto e evolução antes dos desfiles oficiais de 2023.
Neste ano, a Viradouro se baseou no livro “Rosa Egipcíaca: uma santa africana no Brasil“, de Luiz Mott, para contar a vida de Rosa Maria) Egipcíaca da Vera Cruz, considerada a primeira mulher negra a escrever um livro no país.
Desenvolvido pelo carnavalesco Tarcísio Zanon, o enredo também destacou o pioneirismo da personagem, em importantes aspectos de sua história, onde foi escravizada, meretriz, feiticeira, beata e escritora.
Com coreografias marcantes, a Comissão de Frente abriu o desfile, sob o comando dos coreógrafos Priscilla Mota e Rodrigo Negri. O casal que estreia na escola, fez história na Unidos da Tijuca, onde foram responsáveis pela célebre comissão de frente no campeonato da escola tijucana em 2010.
O grupo através da visão profética da menina Rosa Courá, a comissão passou por diversas fases da vida de Rosa Maria, recriando seu destino à glória.
Tricampeões do Grupo Especial e com mais um título do Grupo de Acesso , Rute Alves e Julinho Nascimento, em 2023, vão para o seu décimo quinto desfile como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, o quinto pela Viradouro. A dupla mostrou sintonia no bailado de quem quer superar os décimos perdidos no último carnaval fazendo menção à comunidade dos couranos com elementos aquáticos que cercam as lembranças da menina courá..
Edmilton Paracambi, Maurício Pinna e Cristiano Morato, Destaques de luxo consagrados no carnaval do Brasil, também participaram do ensaio.
Desde 2014 no comando do carro de som da Viradouro, o intérprete Zé Paulo Sierra, empolgou o cortejo vermelho e branco, ao som do samba enredo de autoria dos compositores Cláudio Mattos, Dan Passos, Marco Moreno, Victor Rangel, Lucas Neves, Deco, Thiago Meiners, El Toro, Luis Anderson e Jefferson Oliveira.
Mestre Ciça personificou Francisco Gonçalves Lopes, o tutor espiritual de Rosa, que a transformou em um artífice na santificação da africana.
Erika Januza reinou à frente dos ritmistas vestida com fantasia que remetia as vozes das almas que a courana ouvia.