RJ – “Vou festejar dobrado se o premiado, ou premiada, for fora dos padrões que de alguma forma são impostos”, diz Leandro Vieira sobre rifa para Destaque de Luxo na Mangueira

O carnavalesco Leandro Viera postou neste Domingo sobre a rifa para quem sonha em desfilar como Destaque Central do abre alas da Estacão Primeira de Mangueira. O artista citou grandes nomes do segmento para justificar a novidade divulgada pela escola.

A novidade é uma chance para quem sonha em desfilar como destaque da escola e poder figurar entre grandes nomes como Eduardo LealLudmila AquinoNabil Samir Habib​, Santinho, entre outros importantes e históricos Destaques de Luxo da verde e rosa.

Quando o presidente da Mangueira falou comigo numa rifa pra garantir o pagamento de parte dos compromissos trabalhistas dos profissionais da escola, pensei logo nessa possibilidade de RIFAR A VAGA DE DESTAQUE CENTRAL NO ABRE-ALAS DA ESCOLA. Acho destaque em escola de samba um barato. Historicamente, seus figurinos enriquecidos compõem uma das imagens mais emblemáticas no imaginário dos desfiles ao longo de décadas. Destaque de escola de samba é uma posição de desfile histórica. No imaginário emplumado e dado à extravagâncias, brilharam os figurinos do baiano Evandro de Castro Lima e do museólogo Clóvis Bornay.

Ambos, certamente, são nomes históricos. Mas são históricos também tantos outros nomes, tantos outros perfis, tantos outros corpos, tantas outras possibilidades de performance. No Império Serrano, tinha a Olegária. No Salgueiro, a cabrocha Paula e o professor Júlio Machado – que vestia anualmente seu famoso “Xangô”. Na Imperatriz, tinha a Walkiria. Na Beija-flor, a exuberância preta e careca da Pinah fez história – garantindo-lhe o título de Cinderela Negra – enquanto a pele branca da dinamarquesa Linda Conde também ficou célebre na escola.

Lafond, um super personagem performático, reinou como destaque, ora em Ramos ora em Nilópolis. Em Padre Miguel, Marlene Paiva brilhou por anos e anos, enquanto a vaga na estrela guia era território da exuberância de Beth Andrade. Na Mangueira, teve a beleza da vedete e atriz Gigi. A cantora Rosemary segue brilhando, enquanto a trajetória de Tânia Índio do Brasil é aclamada com o título de baluarte.

Com o tempo, o status e a popularidade de modelos, atores e atrizes, levaram os corpos esculturais de homens e mulheres a ocuparem as vagas em alegorias e a trajetória da posição de destaque em desfile segue se atualizando.

Quando o presidente falou em rifa, pensei nessa turma toda. Nessa história toda. Pensei também o quanto é difícil o acesso a uma vaga de destaque e o quanto uma rifa poderia popularizar essa oportunidade para um perfil variado e sem distinção.

Eu vou festejar qualquer destaque premiado e vou adorar vesti-lo ou vesti-la com meu enredo e minhas ideias. Mas vou festejar dobrado se o premiado, ou premiada, for fora dos padrões que de alguma forma são impostos. O que me alegra nessa rifa – além da possibilidade da escola honrar parte do compromisso com seu time num ano tão turbulento e incerto – é a possibilidade de toda sorte de gente, de corpo, de gênero e de condição social brilhar”.

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