São Paulo – O tempo fechado não tirou o impacto dos desfiles nas duas noites do Grupo Especial

O Sambódromo do Anhembi, em São Paulo, foi palco de mais duas grandes noites com os desfiles das escolas do Grupo Especial neste Carnaval de 2023.

17 de fevereiro, sexta-feira

Abrindo a noite, a Independente Tricolor, escola oriunda da torcida do São Paulo, apresentou um enredo que trazia um paralelo entre a Guerra de Troia e a luta diária da escola para se firmar no Grupo Especial. Em seguida, a Acadêmicos do Tatuapé encantou o público com um desfile que exaltava as belezas naturais e a cultura da cidade de Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro.

A Barroca Zona Sul, por sua vez, emocionou o público ao contar a história dos Guaicurus, povo indígena que habitou a região do Pantanal e lutou por mais de 300 anos contra as invasões estrangeiras. A chuva não trégua, porém a escola passou sem grande problemas.

A Unidos de Vila Maria celebrou seus 69 anos de história com um desfile que relembrou antigos carnavais e personagens marcantes da escola.

A Rosas de Ouro levou para a avenida um enredo forte sobre a luta dos negros por justiça, com imagens impactantes da escravidão e da violência no Brasil. A Tom Maior, por sua vez, fez um “culto às mães pretas ancestrais”, abordando a importância da mulher negra nas religiões de matriz africana.

Encerrando a primeira noite, a Gaviões da Fiel, escola ligada à torcida do Corinthians, trouxe um enredo contra a intolerância religiosa, buscando o título que não vem há 20 anos.

18 de fevereiro, sábado

A segunda noite de desfiles foi marcada pela chuva mais intensa, que não impediu as escolas de samba de brilharem no Sambódromo do Anhembi.

A Estrela do Terceiro Milênio, estreante no Grupo Especial, abriu a noite com um desfile divertido e cheio de surpresas e humor, com destaque para a presença dos atores Marcelo Adnet e Carla Diaz. A Acadêmicos do Tucuruvi, mesmo sob a chuva, apresentou um enredo emocionante sobre o sambista Bezerra da Silva, com forte apelo social.

A Mancha Verde, atual campeã, mostrou a força do Nordeste e do xaxado, com um desfile vibrante e com destaque para os quesitos visuais e o canto da comunidade. A Império de Casa Verde fez uma viagem pela história da música brasileira, destacando a importância dos tambores e do batuque.

A Mocidade Alegre, que tenta seu 11º título, apresentou um enredo inovador, unindo Brasil, Japão e Moçambique para contar a história do samurai negro Yasuke, em um desfile avassalador. A Águia de Ouro, em busca de seu segundo título, trouxe um enredo sobre superação e otimismo, emocionando o público com mensagens inspiradoras.

Encerrando a noite, a Dragões da Real homenageou a cidade de João Pessoa, na Paraíba, com um desfile que celebrou a cultura e a história da região do nordeste brasileiro.

Apesar da chuva, que intensificou-se durante a noite, todas as escolas de samba cumpriram seus desfiles sem atrasos ou grandes problemas técnicos. O público presente no Sambódromo do Anhembi pôde presenciar um show de criatividade, diversidade e emoção, mostrando que o Carnaval de São Paulo é uma festa que supera qualquer obstáculo.

*matéria editada – atualização de fotos

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