Segunda noite Festival De Parintins

Com a responsabilidade de abrir as apresentações na segunda noite do Festival, o boi Caprichoso veio com o intuito de retratar as “mães de fé”, mostrando os mais diversos tipos de fé e sua resistência.

A Marujada de Guerra entrou na arena como que numa procissão, sob os acordes da toada “Matriarca”.
Na primeira alegoria do touro negro, denominada de “Mátrias da Fé”, houveram referências a Nossa Senhora Aparecida (catolicismo), a Nhandecy (mãe terra) e Iemanjá (religiões de matriz africana).

Na seqüência adentrou a representação do maracatu, quando houve a aparição da Porta Estandarte ao som a toada “Pavilhão de Fé”.

“O Sacaca da Floresta” foi representado na próxima alegoria a ser exibida no bumbódromo, uma exaltação ao caboclo sacaca, que é o curandeiro, figuras estas que na maioria das vezes realizam o atendimento à população ribeirinha, que carece de recursos financeiros para gastar com tratamentos tradicionais de saúde.

Nesse momento da apresentação, apresentaram-se três tuxauas, que apareceram saindo da alegoria e evoluíram ao som de “Dança dos Tuxauas”.

Na seqüência houve a aparição da Sinhazinha da Fazenda que entrou na arena no lombo de uma arraia.
Foi responsabilidade do presidente do Conselho de Artes do Caprichoso, fazer a oração de São Jorge, para logo a seguir a vaqueirada apresentar o seu bailado na arena do bumbódromo.

Coube às tribos indígenas entrarem na arena ao som da toada “Réquiem”, num momento de novo de muita emoção para o torcedor do Caprichoso, já que novamente o ex-levantador da agremiação Arlindo Júnior realizou participação especial. Ele trajava um chapéu e uma saia de palhas e folhas.

Dando continuidade foi apresentada a lenda das três princesas, as quais ao fugirem para o continente africano terminaram por adentrar um portal místico e chegaram à Aruanda. Esse quadro serviu para a chegada da Rainha do Folclore, trazida à arena por uma arara amarela.

Na quinta alegoria foi contada a lenda dos Caruanas, alegoria esta intitulada de “Caruana, A Fé Que Vem das Águas”, com referêcia a pajé Zeneida Lima, caruanas estes que inclusive foram tema de enredo da escola de samba carioca Beija Flor de Nilópolis, tendo rendido um campeonato para a agremiação carnavalesca.

De um módulo dessa alegoria, com referência aos caruanas apareceu a cunhã poranga do bumbá Caprichoso.
Por fim a agremiação do touro negro da estrela na testa apresentou a alegoria “Kalankó – O Canto Para Jurema Sagrada” para encenação do ritual “Toré Kalankó”, em cujo ritual aconteceu a evolução do pajé, figura esta que fez sua aparição saindo de dentro de uma onça.

O Caprichoso deixou a arena com cerca de duas horas e vinte e três minutos de apresentação.

Foto: Reprodução/Rede Amazônica
por Sidnei Louro Jorge Júnior

 

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