Em 2021, o desfile das escolas de samba de São Paulo não acontecerá em fevereiro. Por conta da pandemia de covid-19, o próximo Carnaval foi adiado para maio, por ora. A transferência de data foi anunciada pelo prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e pelo governador, João Doria, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (24).
“Estamos ainda definindo, tanto com blocos [carnavalescos] quanto com as escolas [de samba de São Paulo] e com as outras cidades a nova data, que deve se dar a partir de maio do ano que vem. Muito dificilmente ocorrerá em junho, porque em junho coincide com os festivais de São João no Nordeste, mas estamos agora definindo ou final de maio ou começo de julho para a realização do Carnaval na cidade de São Paulo”, explicou Covas.
No início desta semana, a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo se reuniu com a Prefeitura para buscar um entendimento de como e quando realizar o próximo Carnaval. Bruno Covas também estabeleceu conversas com as outras partes envolvidas na realização do Carnaval, como os blocos de rua: “Tanto as escolas de samba quanto os blocos carnavalescos entenderam a inviabilidade de organização do Carnaval para fevereiro do ano que vem. É importante destacar que estamos falando aqui de um desfile que, no ano passado [o prefeito refere-se ao Carnaval 2020], levou 120 mil pessoas e que trouxe um retorno de R$ 227 milhões para a cidade”.
O Carnaval de 2021, portanto, foi transferido de fevereiro para o fim de maio, podendo ser adiado novamente para o começo de julho, de acordo com a situação em que a capital se encontrar diante da pandemia causada pela covid-19. “Nós estamos defendendo muito o posicionamento da Prefeitura, estamos indo muito em cima daquilo que os órgãos governamentais colocam pra gente. Não vamos fazer nada fora daquilo que seja determinado pelas autoridades”, garante Sidnei Carriuolo, presidente da Liga-SP e da Águia de Ouro, campeã do Carnaval 2020.
Uma das medidas mais eficazes para conter a disseminação do novo coronavírus é o distanciamento social. Nesta sexta-feira (24), São Paulo completa quatro meses em quarentena. Desde o dia 1º de junho, o governo do estado tem retomado algumas atividades econômicas de forma gradual, o que chamam de “retomada consciente”. O Plano São Paulo é dividido em seis fases e a transição de uma fase para outra é calculada com base na capacidade do Sistema de Saúde para receber pacientes que contraíram coronavírus e na evolução da epidemia. Durante a coletiva de imprensa, Bruno Covas afirmou que a capital passa pela oitava semana de quedas no número de mortes por covid-19. A cidade de São Paulo encontra-se na fase 3 da retomada econômica. Eventos com aglomerações, como o Carnaval, só são permitidos na fase 5 do plano.
O adiamento do Carnaval é uma decisão estudada, também, com base na evolução da pandemia no Brasil e especificamente em São Paulo.“Se não houver condições e as autoridades não recomendarem, fazemos novamente uma nova data”, explica Sidnei Carriuolo sobre a possibilidade de uma nova prorrogação.