Na terceira e última noite do Festival de Parintins 2019, o bumbá Garantido abriu as apresentações e saiu da arena aclamado pelo público e crítica, havendo grandes chances de sagrar-se campeão, com destaque para a apresentação do pajé Adriano Paketá.
Nessaa terceira noite, o bumbá Garantido apresentou o subtema “Garantido: o Boi da Liberdade do Povo”, nunca deixando de esquecer sua história e definição de seu criador Lindolfo Monteverde.
Para muitos, inclusive torcedores do contrário a apresentação foi a melhor do boi nas três noites desta edição do festival, encerrando sua apresentação com gritos de “É campeão!”.
Como grande mensagem de fundo, o bumbá trouxe a mensagem de que o ser livre luta contra todas as formas de opressão porque entende que o ser oprimido não se alegra, não canta a felicidade porque é infeliz.
Repetindo aquilo já acontecido na primeira noite, a filha de Lindolfo Monteverde, adentrou a Arena do Bumbódromo juntamente com o apresentador Israel Paulain, o amo do boi Gaspar Medeiros e o próprio Boi Garantido.
A celebração folclórica foi “Sonhos de Liberdade”, na qual o bumbá venerou e festejou a cultura popular.
Com versos bastante enfáticos, o amo do boi cutucou o seu competidor dizendo que “Amo não toca berrante; Amo é dono da boiada”.
Foi de dentro da estrutura que ocorreram as aparições da Sinhazinha da Fazenda e da Rainha do Folclore.
Na primeira aparição do pajé do touro branco, este veio puxando as tribos indígenas ao som da toada “Celebração da Fé”, de autoria do próprio levantador de toadas.
A lenda amazônica da terceira noite foi “Wadye, Devorador de Cunhãs”. Opinião geral de que a encenação da lenda foi um dos pontos altos da noite, com a aparição da cunhã poranga.
Nessa última noite mais uma vez foi cantada a toada “Vermelho”, toada esta que já tem 26 anos.
Sebastião Júnior e a cantora Márcia Siqueira cantaram novamente “Rosas Vermelhas”, um clamor pelo respeito às mulheres e à igualdade de gênero.
A figura típica regional desta terceira noite do bumbá Garantido foi “O Caboclo Amazônico” resultado da mistura do índio e do branco colonizador. Nesse quadro houve a aparição da Porta-Estandarte, que veio à arena nas mãos de uma iara.
Por fim, o ritual desta última noite de apresentações, foi “Palikur, o Triunfo da Luz”, com grande destaque para a apresentação do pajé, momento do ritual tendo como fundo a toada “Triunfo da Luz”.
O Garantido deixou a arena com certa tranquilidade, no tocante ao tempo de apresentação, diferente do segundo dia. Assim como na primeira noite, a saída foi com o grito de “É campeão!”
Fotos: Luiza Vieira
por Sidnei Louro Jorge Júnior