Um gaúcho apaixonado pelo carnaval brasileiro

Sou um apaixonado pelo carnaval brasileiro, mesmo morando no extremo sul do Brasil, especialmente o desfile das escolas de samba, que durante o carnaval executam desfiles apoteóticos, cheios de ritmo, vibração, cores e acima de tudo muito conhecimento, através da apresentação de enredos de cunho eminentemente cultural e histórico na grande maioria das vezes.

Remonta ao ano de 1983 minha primeira visão de fato arrebatadora a respeito do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, quando realmente me descobri torcedor da Deusa da Passarela, a Beija Flor de Nilópolis, que trás para a Sapucaí todos os anos uma comunidade aguerrida e disposta a bradar na pista de desfiles o seu amor pelo pavilhão da escola nilopolitana.

Naquele ano a escola celebrava na avenida o enredo “A Grande Constelação das Estrelas Negras”, de autoria do gênio Joãozinho Trinta, homenageando uma série de personalidades negras, cada uma expoente em seu campo de atuação. A escola, dentre outros, homenageava Grande Otelo, Clementina de Jesus, Ganga-Zuma, mas foi a figura de Pináh que de fato me encantou durante aquele desfile, que na época assisti pela televisão, já que só em 1999 pisei pela primeira vez na Marquês de Sapucaí para assistir aos desfiles ao vivo.

A “Cinderela negra que ao príncipe encantou” vinha majestosa no alto de uma alegoria predominantemente em branco e prata, um visual impactante já que os raios do sol daquela manhã refletiam nos adereços prateados do carro e davam aquela figura negra no seu centro uma aura de divindade, criando uma imagem para nunca mais esquecer e ficar perpetuada na minha mente, como de fato até hoje se mantém.

Oportunamente tive a oportunidade de encontrar pessoalmente com Pináh em duas oportunidades, na primeira vez na quadra da Beija Flor quando foram comemorados os sessenta anos da escola e mais recentemente na saída da Marquês de Sapucaí no carnaval passado. Estar à frente desse ícone do carnaval brasileiro, entretanto me fez perder parte das palavras que gostaria de dizer a ela, entretanto os grandes troféus foram as fotos nas quais gentilmente posou ao meu lado, esboçando aquele sorriso encantador que a qualquer um cativa e emociona.

As escolas de samba pelo Brasil estão cheias de personalidades cativantes, que trabalham todo o ano, para que no grande dia do desfile, grandes histórias (e estórias também) sejam contadas, enchendo os olhos de quem assiste de muito brilho.

Salve Pináh e todos estes heróis do carnaval brasileiro.

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