Unidos de Vila Maria

Década de 1950. O Brasil e a cidade de São Paulo buscam o progresso, a industrialização e a modernidade de um povo não mais rural. Com o crescimento, porém, a desigualdade social torna-se cada vez mais evidente, principalmente nos bairros afastados do Centro, além Rio Tietê. Na Zona Norte da cidade, especificamente no bairro de Vila Maria, um grupo de amigos – negros, brancos e pobres – resolve fantasiar uma nova realidade e deixá-la mais alegre e colorida. Formam então uma agremiação carnavalesca: a Unidos do Morro de Vila Maria, oficializada em cartório no dia 10 de janeiro de 1954. A nova escola de samba começa desfilando pelas ruas do próprio bairro. Aos poucos estende seu percurso até o Brás, fazendo apresentações ao povo postado na Avenida Celso Garcia, Largo da Concórdia e Pari. No ano de 1956, participa pela primeira vez de um desfile oficial, concorrendo ao lado de entidades famosas da época. Em 1957 conquista o título de campeã. Composta basicamente pela população mais pobre do bairro, a Unidos do Morro de Vila Maria não tem verbas para realizar os desfiles e os poucos recursos que consegue para fantasias e alegorias são obtidos por pequenas doações dos componentes e contribuições dos comerciantes da região. Em 1971, a escola muda oficialmente seu nome para Grêmio Recreativo Cultural Social Escola de Samba Unidos de Vila Maria e continua sua caminhada de glórias, dificuldades e superações para ostentar seu pavilhão e a tradição de um povo sofrido, mas apaixonado. A década de 1990 é marcada por grandes mudanças. Em 1998, desfilando o enredo “Uma viagem à Atlântida”, a escola consegue o título de campeã do Grupo 2 e se transfere para o Grupo de Acesso. Em uma rápida ascensão, em 2001, com o enredo “Vila Maria: a seguir as cenas dos próximos capítulos”, a Escola de Samba torna-se campeã do Grupo de Acesso, passando a integrar a elite do carnaval paulistano e a figurar entre as escolas de maior notoriedade no país. Em 2004, a Unidos de Vila Maria inaugura sua atual sede. Além de receber milhares de pessoas para seus ensaios e eventos, a escola preserva a tradição do samba e da cultura popular brasileira. Transforma seu espaço em ponto de referência para ações sociais para sua comunidade, que por 60 anos manteve viva em meio a tantas dificuldades uma das mais tradicionais escolas de samba de São Paulo.

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