Viriato Ferreira (In Memoriam)

“Sozinho eu não faria nada, nem teria desfile” (Viriato Ferreira, em entrevista ao jornal “O Globo”. Fevereiro de 1979)

Carioca, nascido no ano de 1930, Viriato Ferreira notabilizou-se como figurinista e carnavalesco brasileiro.

Laborando por muitos anos para o teatro de revista, foi aí que Viriato começou a criar figurinos que destacavam-se por serem de grande impacto visual, característica esta que depois viria marcar seu trabalho como figurinista e carnavalesco de grandes agremiações do carnaval do Rio de Janeiro.

Foi como desfilante e destaque da Acadêmicos do Salgueiro que Viriato passou a ter ligação com o carnaval do Rio.

Como figurinista de escola de samba, por muitos anos Viriato emprestou seu talento para ilustrar grandes enredos do mestre Joãosinho Trinta na Deusa da Passarela, a Beija Flor de Nilópolis, mas como carnavalesco solo pode mostrar seu talento por inteiro na Portela e por fim na Imperatriz Leopoldinense.

Em 1979 fez seu primeiro carnaval pela escola da águia de Madureira, tendo levado a Portela ao terceiro lugar naquele carnaval com “Incrível, Fantástico, Extraordinário”.

Com “Hoje tem Marmelada?” conquistou o título máximo do carnaval daquele ano em 1980 pela Portela. O título desse enredo da Portela para o carnaval de 1980, com ponto de interrogação, na época foi comentado de que estava Viriato Ferreira, referindo-se ao carnaval do ano anterior, quando a Portela deixou a avenida como campeã favorita, mas após a apuração, para surpresa e revolta dos torcedores da escola e do próprio Viriato, ficou apenas com a terceira colocação.

Foi também de Viriato o inesquecível “Das maravilhas do Mar fez-se o Esplendor de uma Noite”, apresentado pela Portela em 1981.

No ano de 1982, Viriato Ferreira fez seu único trabalho na Unidos de Vila Isabel, com o enredo “Noel Rosa e os poetas da Vila nas batalhas do Boulevard”, tendo ficado com o décimo lugar, por muitos considerada uma classificação injusta.

Pela Imperatriz Leopoldinense, Viriato Ferreira brindou a Sapucaí com o enredo “O que é que a Banana Tem”, tendo conquistado o quarto lugar no carnaval de 1991. Viriato chegou a trabalhar com Rosa Magalhães no desenvolvimento do enredo de 1993 da Imperatriz, “Marquês que é Marquês do Saçarico é Freguês”, mas seu estado de saúde se agravou e ainda em 1992 veio a falecer.

No carnaval de 2009, Viriato foi homenageado num dos setores do desfile da Imperatriz Leopoldinense, que levou para a Marquês de Sapucaí o tema de enredo “Imperatriz…. Só Quer Mostrar Que Faz Samba Também!”.

Em 2017 a vida e os trabalhos de Viriato Ferreira foram o enredo da Acadêmicos da Rocinha com o enredo “No Saçarico da Marquês, Tem Mais um Freguês: Viriato Ferreira”, no grupo de acesso, desfile concebido pelo carnavalesco João Vitor Araújo.

Por Sidnei Louro Jorge Júnior

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